sexta-feira, 28 de maio de 2010

A urgência de uma ideia...

Há momentos em que a mente se esvazia, mais rapidamente que uma caixa de chocolates, daqueles que gostamos tanto e que vamos dizendo que é sempre só mais um, até não restar mais do que os espaços vazios na caixa antes cheia...
Momentos em que a inspiração parece algo tão distante, que o simples acto de pensar parece artificial, quase doloroso...
Em contrapartida, há aquilo que gosto de chamar de «corrida de ideias»... Momentos em que as ideias parecem não terminar, em que estamos a tentar desenvolver um pensamento e logo outro o atropela e nos rouba toda a atenção... Momentos em que a concentração é tarefa à filme do «James Bond», ou melhor, digna de estrelar numa sequela do «Missão Impossível», dentro da nossa própria cabeça...
Em todos estes momentos, seja de escassez ou excesso, (lembrando aquele velho ditado que diz «não há fome que não dê em fartura»), é necessário estar atentos ao que podemos designar «urgência de uma ideia». Urgência, não há maneira das urgências hospitalares, mas urgência pela atenção que lhe devemos dedicar, pelo empenho em lhe dar forma e consistência, para que não passe sem rasto algum, mas tenha o devido impacto, não apenas na mente, mas em toda a vida do pensador...
Porque necessitamos de ideias que façam desenvolver, que amadureçam, que surjam e entusiasmem os que as tiverem e não de soluções feitas e «compradas» à maneira de prateleira de hipermercado...
Porque faltam pensadores num mundo que, vivendo para lá da velocidade da luz, quer tudo facilitado e generalizado, em que tudo parece estudado para ser tipo «papa de bébé», ou seja, pronto a consumir e sem muito trabalho, sem muito esforço mental para perceber ou acreditar...
Por isso, talvez, a fé tenha menos espaço neste mundo... porque pressupõe esse esforço, essa procura continua do conhecer e compreender... porque não é facilidade, mas exige constância e desejo...
Talvez, por tudo isto, cada vez mais pessoas vejam apenas o vazio das suas vidas, que vão fugazmente preenchendo com essas «ideias comerciais» que passam sem rasto e nada mais deixam do que o vazio de quem já não sabe, já se esqueceu do que é pensar...
E este tem de ser uma urgência, uma prioridade, perante o agir...

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