quinta-feira, 27 de maio de 2010

Eu Creio III - Um Deus que é Pai…

Se olharmos atentamente para a oração do «Credo», vamos encontrar a afirmação de tudo aquilo em que acreditamos, o resumo de toda a nossa fé… Mas será um olhar assim tão atento aquele que dedicamos a esta oração que rezamos, domingo após domingo, «embalados em habitual cantilena», como quem papagueia algo que foi forçado a decorar na catequese (quando foi, já que muitos não o sabem mesmo), mas não entende a maior parte do que está a dizer (mais repetir) em conjunto com uma assembleia que se distrai neste momento? ...
Se nos pedissem para falarmos sobre o «credo», o que diríamos? Também nós diríamos «credo!», como exclamação que tantas vezes ouvimos perante algo surpreendente ou anormal, por vezes? De que forma nos debruçaríamos sobre tão importante resumo da nossa fé, daquilo que defendemos e em que acreditamos?
Talvez, em conjunto, seja mais fácil não apenas dizer, mas também meditar esta mesma realidade…
Começamos por dizer: «Creio em um só Deus…». E logo isto nos coloca perante uma dúvida da nossa actual sociedade: como conciliar a fé em um só Deus, com tantas crendices, superstições, com tantos «ídolos» que se levantam perante cada um como veneráveis, como capazes de nos trazer felicidade a uma vida tão já cheia de preocupações? Não é mais fácil dizer que há Deus e outras forças para as quais me vou voltando com mais facilidade, quando surge a oportunidade ou o momento de precisão?
Para muitos, então, é mais fácil eliminar, logo à partida, o «um só»… Parece mais fácil deixar Deus de lado, para quando for necessário, e procurar agradar a todos os outros «deuses», todos os «outros máximos» que parecem tão mais atractivos e capazes de satisfazer os nossos caprichos, mais do que nos dar «mandamentos» com os quais não concordamos…
Para os verdadeiros crentes, o esforço é então evidente: dizer que há um só Deus é dizer que é n’Ele que acreditamos, que a Ele procuramos, e que não nos pudemos deixar «desviar» por outras «fés», essas sim, que nos aprisionam, em promessas vãs que, quando falham, apenas asseguram desilusão…
E continuamos «… Pai todo-poderoso». E aqui, colocamo-nos logo diante de Deus, não numa perspectiva distante, fugaz de apenas alguns momentos, mas como filhos de um mesmo Pai, um Pai que tudo pode, um Pai que se preocupa com cada um de nós, um Pai que nos dá mesmo esta capacidade de com nos relacionarmos com Ele pelo Amor…
O melhor nome que podemos chamar a Deus - «Pai» … O nome que o próprio Jesus nos veio ensinar a dizer, a rezar, a viver… Afinal, Deus é nosso Pai… E os filhos devem procurar conhecer o Pai, responder aos constantes apelos que Ele nos faz, ser capazes de O amar…
E no prosseguir com «Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis», até a nossa responsabilidade ambiental é evocada… Afinal, não somos nós os criadores da natureza, do que nos rodeia, embora a vamos destruindo cada vez mais, com as nossas «criações» …
Afinal, reconhecemos que também nós somos criaturas, saídas de uma mesma origem no Criador, e que, por isso, devemos procurar a harmonia com toda a restante criação, visível ou invisível, como em nós deve existir a harmonia entre o que vivemos e o que sentimos, o que dizemos …

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