terça-feira, 23 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 17

A confiança de Abraão quando se dirige ao Senhor, intercedendo pela cidade de Sodoma, é a confiança de quem sabe que Deus é misericordioso, sempre disposto a compadecer-se e a perdoar… E Abraão insiste, pedindo ao Senhor que poupe a cidade da destruição, olhando para os justos que nela moram, ainda que sejam poucos. Insiste porque sabe que é escutado. Como o Senhor Jesus recorda no evangelho, convidando-nos a uma oração confiante de filhos que sabem que o Pai os escuta. Como a imagem do amigo da história que Jesus conta, já fechado em casa, que atende o pedido do outro amigo, não por causa da amizade, mas pela insistência do seu pedido… Mas a nossa oração, feita com confiança e verdade, é escutada pelo amor de Deus por nós, como nos recorda o Senhor Jesus ao dizer: «Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á». E porque recebemos o Espírito Santo em resposta aos nossos pedidos, como lembrava São Paulo, também ressuscitamos para uma vida nova, perdoados e reconciliados em Cristo, na sua entrega na Cruz… Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 16

A arte de bem receber… Não com a preocupação de cumprir todas as regras de etiqueta, não com a preocupação da azáfama de tudo oferecer, mas com a atitude verdadeira de abrir a casa e o coração a Deus que passa, que vem trazer uma boa nova, uma alegria mais profunda… Se Abraão acolhe os três viajantes que passam e deles recebe a boa notícia de que Sara, sua esposa, será mãe, Marta e Maria acolhem a própria Boa Nova, Jesus Cristo, em sua casa. Mas o desafio de Jesus é claro: saber parar na nossa vida, não deixar que o activismo e a inquietude ocupem o nosso coração não deixando espaço a este Deus que vem trazer uma nova paz e alegria. Também a nós, hoje, Jesus diz: «andas inquieto e preocupado com muitas coisas, quando uma só é necessária»… E como Maria, saibamos escolher a melhor parte, não tendo medo de parar, de fazer silêncio à nossa volta e bem cá dentro, para ouvir Jesus, para O acolher verdadeiramente… Porque esta presença de Jesus é, como lembrava São Paulo, «o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos e que foi agora manifestado aos seus santos», é uma certeza sempre a anunciar por cada um de nós, pela Igreja dos nossos dias… Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 15

Quando algo está longe, sentimos saudade; quando está perto, habituamo-nos de tal forma à sua presença, que nem sempre lhe damos o devido valor... Se tivéssemos de subir ao mais alto dos céus, ou atravessar os mares, ou nos fosse pedido o maior dos sacrifícios visíveis, talvez nem pensássemos duas vezes... Mas, como o mandamento novo do Senhor, «amarás o próximo como a ti mesmo», está tão perto, «está na tua boca e no teu coração, para que o possas pôr em prática», como diz o livro do Deuteronómio, habituamo-nos a arranjar desculpas para não o viver, para o pensar tão difícil e impossível, para até perguntarmos como o doutor da lei a Jesus: «e quem é o meu próximo?»... Somos capazes de participar, sensibilizados pelas imagens e informações que nos chegam pelos mais diversos meios, em campanhas de ajuda para com outros países ou mesmo para com outras regiões. E ainda bem que o vamos fazendo, não fechando totalmente o nosso coração no egoísmo... Mas, quando se trata de ajudar quem está perto, aquele por quem passamos habitualmente, rapidamente arranjamos desculpas para não o fazer... E afinal, é preciso tão pouco para ser «bom samaritano»; basta ter compaixão... Afinal, não custa amar quem está longe; basta recordar e sentir... Mas, amar quem está perto, quem nos é próximo, custa um pouco mais, já que nos pede gestos e atitudes concretas, de quem convive, de quem tantas vezes limpa e cuida feridas, de quem se habitua a ver o outro frágil e prostrado no chão, à espera de uma mão amiga que ajuda a levantar... Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 2 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 14

Quantas glórias vãs o mundo de hoje propõe e procura... Algumas, mesmo inconscientemente, fazem parte dos nossos sonhos diários, daquilo que procuramos continuamente. Desejamos a fama, a glória, os aplausos, as riquezas deste mundo... E como estamos longe da atitude e palavras de São Paulo: «longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo». Mas, a cruz está tão longe do nosso dia-a-dia... e afastamo-la ainda mais, porque a vemos como sinal de um sofrimento que não queremos, que não é desejado... E pensamos sempre no imediato, numa felicidade visível e instantânea, ainda que tão instável e sem consequências... Também nós, como os 72 discípulos enviados pelo Senhor, olhamos para a ânsia de frutos imediatos, numa vida que se meça por estatísticas e que traduza o que se vê... Mas, o que não se vê, mas lança raízes no mais profundo do coração e da vida, fica esquecido e perde importância... E a verdadeira força do trabalho não é nossa; saibamos pedi-la ao «dono da seara», partindo não confiados nas nossas «riquezas» da bolsa ou do alforge, nem na força dos «quilómetros» percorridos pelas nossas «sandálias», ou nos «muitos conhecimentos» dos que saudamos pelo caminho, mas sim na força d’Aquele que nos envia, a viver a vida em plenitude... Que o Senhor a todos abençoe...