terça-feira, 23 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 17

A confiança de Abraão quando se dirige ao Senhor, intercedendo pela cidade de Sodoma, é a confiança de quem sabe que Deus é misericordioso, sempre disposto a compadecer-se e a perdoar… E Abraão insiste, pedindo ao Senhor que poupe a cidade da destruição, olhando para os justos que nela moram, ainda que sejam poucos. Insiste porque sabe que é escutado. Como o Senhor Jesus recorda no evangelho, convidando-nos a uma oração confiante de filhos que sabem que o Pai os escuta. Como a imagem do amigo da história que Jesus conta, já fechado em casa, que atende o pedido do outro amigo, não por causa da amizade, mas pela insistência do seu pedido… Mas a nossa oração, feita com confiança e verdade, é escutada pelo amor de Deus por nós, como nos recorda o Senhor Jesus ao dizer: «Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á». E porque recebemos o Espírito Santo em resposta aos nossos pedidos, como lembrava São Paulo, também ressuscitamos para uma vida nova, perdoados e reconciliados em Cristo, na sua entrega na Cruz… Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 16

A arte de bem receber… Não com a preocupação de cumprir todas as regras de etiqueta, não com a preocupação da azáfama de tudo oferecer, mas com a atitude verdadeira de abrir a casa e o coração a Deus que passa, que vem trazer uma boa nova, uma alegria mais profunda… Se Abraão acolhe os três viajantes que passam e deles recebe a boa notícia de que Sara, sua esposa, será mãe, Marta e Maria acolhem a própria Boa Nova, Jesus Cristo, em sua casa. Mas o desafio de Jesus é claro: saber parar na nossa vida, não deixar que o activismo e a inquietude ocupem o nosso coração não deixando espaço a este Deus que vem trazer uma nova paz e alegria. Também a nós, hoje, Jesus diz: «andas inquieto e preocupado com muitas coisas, quando uma só é necessária»… E como Maria, saibamos escolher a melhor parte, não tendo medo de parar, de fazer silêncio à nossa volta e bem cá dentro, para ouvir Jesus, para O acolher verdadeiramente… Porque esta presença de Jesus é, como lembrava São Paulo, «o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos e que foi agora manifestado aos seus santos», é uma certeza sempre a anunciar por cada um de nós, pela Igreja dos nossos dias… Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 15

Quando algo está longe, sentimos saudade; quando está perto, habituamo-nos de tal forma à sua presença, que nem sempre lhe damos o devido valor... Se tivéssemos de subir ao mais alto dos céus, ou atravessar os mares, ou nos fosse pedido o maior dos sacrifícios visíveis, talvez nem pensássemos duas vezes... Mas, como o mandamento novo do Senhor, «amarás o próximo como a ti mesmo», está tão perto, «está na tua boca e no teu coração, para que o possas pôr em prática», como diz o livro do Deuteronómio, habituamo-nos a arranjar desculpas para não o viver, para o pensar tão difícil e impossível, para até perguntarmos como o doutor da lei a Jesus: «e quem é o meu próximo?»... Somos capazes de participar, sensibilizados pelas imagens e informações que nos chegam pelos mais diversos meios, em campanhas de ajuda para com outros países ou mesmo para com outras regiões. E ainda bem que o vamos fazendo, não fechando totalmente o nosso coração no egoísmo... Mas, quando se trata de ajudar quem está perto, aquele por quem passamos habitualmente, rapidamente arranjamos desculpas para não o fazer... E afinal, é preciso tão pouco para ser «bom samaritano»; basta ter compaixão... Afinal, não custa amar quem está longe; basta recordar e sentir... Mas, amar quem está perto, quem nos é próximo, custa um pouco mais, já que nos pede gestos e atitudes concretas, de quem convive, de quem tantas vezes limpa e cuida feridas, de quem se habitua a ver o outro frágil e prostrado no chão, à espera de uma mão amiga que ajuda a levantar... Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 2 de julho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 14

Quantas glórias vãs o mundo de hoje propõe e procura... Algumas, mesmo inconscientemente, fazem parte dos nossos sonhos diários, daquilo que procuramos continuamente. Desejamos a fama, a glória, os aplausos, as riquezas deste mundo... E como estamos longe da atitude e palavras de São Paulo: «longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo». Mas, a cruz está tão longe do nosso dia-a-dia... e afastamo-la ainda mais, porque a vemos como sinal de um sofrimento que não queremos, que não é desejado... E pensamos sempre no imediato, numa felicidade visível e instantânea, ainda que tão instável e sem consequências... Também nós, como os 72 discípulos enviados pelo Senhor, olhamos para a ânsia de frutos imediatos, numa vida que se meça por estatísticas e que traduza o que se vê... Mas, o que não se vê, mas lança raízes no mais profundo do coração e da vida, fica esquecido e perde importância... E a verdadeira força do trabalho não é nossa; saibamos pedi-la ao «dono da seara», partindo não confiados nas nossas «riquezas» da bolsa ou do alforge, nem na força dos «quilómetros» percorridos pelas nossas «sandálias», ou nos «muitos conhecimentos» dos que saudamos pelo caminho, mas sim na força d’Aquele que nos envia, a viver a vida em plenitude... Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 25 de junho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 13

A tendência que habitualmente sentimos é a da habituação, a de vivermos hábitos. Pensamos, por vezes: «isto é mau, mas podia estar pior»; e com isto vamos inventando desculpas para «deixar andar», para nos irmos aprisionando por dentro às situações. E esquecemos ou mal interpretamos a liberdade que nos é concedida, só porque é sempre mais fácil culpar os outros ou algo pela falta, ou melhor dito, pelo não uso que fazemos dessa liberdade, do que lutar por ela, libertando-a em nós. Contudo, São Paulo lembra o verdadeiro sentido desta liberdade, ao dizer: «não fazeis o que quereis». E, viver a vida, é estar sempre pronto a partir, como diziam os antigos pensadores. Até porque a vida não está parada, estagnada nos nossos hábitos e vontades, mas implica sempre mudanças, deixar para trás tantas vezes família, comodidades ou até mesmo «os mortos», o que em nós vai mudando e a que vezes sem conta nos agarramos. E seguir Jesus é deixar tudo isto para trás… E anunciar o Reino de Deus é apresentar este mundo de mudança, de caminho a percorrer, tendo muitas vezes que «queimar o próprio arado», como fez o profeta Eliseu, porque agora o trabalho a realizar é outro e o «arado», outrora essencial ao trabalho, agora seria apenas mais um estorvo. E como nos é difícil fazer esta distinção entre o que precisamos e o que nos vai «prendendo» e atrasando nesta vida. Como prometemos ao Senhor que O queremos seguir, mas rapidamente olhamos para trás, e logo surgem motivos para adiar por mais um tempo essa tomada de decisão, mesmo que eles nos pareçam os mais legítimos… O convite é claro e simples: «Segue-Me!»… Assim, desta mesma forma, deveria ser a resposta… Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 12

E se também a nós, Jesus perguntasse: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Certamente, muitas e diversas respostas surgiriam... Mesmo nós, daríamos respostas diferentes consoante o momento que vivemos, influenciadas pelo nosso estado de espírito e por tantas coisas que nos rodeiam... Certamente, iríamos procurar formular uma resposta mais cuidada, mais teológica, com base em algo que lemos ou que nos foi dito... Procuraríamos cuidar e pensar bem uma resposta que deveria ser espontânea... Mas, a pergunta de Jesus apanha-nos de surpresa, como aos discípulos... E não espera grandes respostas bem formuladas, mas sim a resposta de uma certeza de vida, como a de Pedro. Uma resposta de profunda fé, daquele mesmo anseio, daquele mesmo desejo que expressa a frase repetida «a minha alma tem sede de vós, meu Deus». E, nos momentos de sofrimento e de dor, em que nos voltamos ansiosos e até mesmo com dúvidas para um Deus que pensamos ausente, lembremos como o próprio Jesus anuncia aos discípulos que a salvação passa por esse mesmo sofrimento do Filho de Deus e do Homem, rejeitado e crucificado, mas ressuscitado e vivo, força para os que n’Ele crêem. E o caminho para O seguir, para com Ele entrar na vida eterna, é o que o próprio Cristo nos apresenta: «renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me»... Que o Senhor a todos abençoe...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 11

Quantas vezes também nós olhamos com desconfiança os outros que recebem perdão. Desconfiamos, porque como somos incapazes de perdoar, não gostamos que os outros recebam o perdão, que julgamos erradamente só existente para nós, só nosso... A nós, ao olharmos as nossas vidas, tudo nos parece tão relativo, tão sem gravidade. Apenas nos outros está a maldade, as más intenções, os maus desejos. Em nós, o mal é tão pequeno, ao passo que nos outros ele cresce sempre até ser imperdoável... A pergunta de Jesus deixa-nos a pensar: não pergunta qual dos dois foi mais perdoado, mas sim, «qual deles ficará mais seu amigo?». Porque do perdão nasce não o medo da condenação, não o terror do castigo, como poderia fazer supor a história de David, mas sim essa gratidão feita amizade, feita relação para com Aquele que perdoa, gratidão feita amor, pela nova oportunidade que nos é dada, esse «vai em paz» de Jesus àquela mulher e a cada um de nós... E que bom seria se, com toda a verdade, não apenas das palavras, mas sim de toda uma forma de viver o dia-a-dia, também nós disséssemos como o Apóstolo Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.» Isso sim, é verdadeiramente ser cristão... Que o Senhor a todos abençoe...

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 10

Na ânsia de aproveitar ao máximo a vida, arriscando-a e vivendo-a em sucessivas doses máximas de adrenalina, o mundo de hoje parece esquecer o seu verdadeiro valor e a importância de uma vida que tem já em si a certeza e semente de uma eternidade… Porque a vida humana se projecta já na nova vida, na ressurreição, na vida eterna… e é tudo isso que devemos esperar verdadeiramente… E é esse ensinamento que devemos ler nos relatos muito parecidos do filho da viúva de Sarepta, a quem Elias entrega o filho de novo com vida, pela acção de Deus que o profeta implora, e do filho da viúva de Naim, a quem Jesus dá de novo a vida, entregando-o também à sua mãe. Porque Jesus, o Senhor da vida, vem dar a vida, a nova vida, pela sua Ressurreição. Porque só Ele pode vencer a morte, de forma definitiva, dando à nossa caminhada neste mundo, muito mais que a incerteza da morte e a sua tremenda injustiça, mas a certeza de que n’Ele voltaremos a viver, na justificação da vida sem fim… Porque no Domingo celebramos unidos em Igreja, «o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos», saibamos viver a esperança da nossa própria ressurreição, anunciando-a, como São Paulo, porque também a recebemos do próprio Deus. Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 28 de maio de 2013

Sinais da Palavra C Corpo e Sangue de Cristo

Mistério insondável de amor… Mistério de um Deus que Se faz alimento no Seu Corpo e no Seu Sangue… Mistério de uma entrega total, de uma presença tão grande e bela, de um Cristo presente por amor em cada altar, em cada sacrário, em cada Eucaristia… Unimo-nos aos apóstolos, reunidos em admiração à volta da mesa, na última Ceia. Unimo-nos à volta da mesma mesa, onde hoje somos nós alimentados e saciados com o Pão que desce do Céu, com o Pão vivo, com o próprio Corpo do Senhor. E hoje somos nós que recordamos e vivemos aquelas palavras que Jesus disse e nos deixou como memória nessa noite. São Paulo recordava-nos: «Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim”. Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim”» … Uma memória viva, uma memória que nos torna participantes de uma bênção tão grande, de podermos ser alimentados pelo próprio Cristo, no Seu Corpo… Hoje somos nós a grande multidão, alimentada não com a multiplicação de cinco pães e dois peixes, como a do evangelho, mas alimentados pelo mesmo Pão, o alimento de vida eterna… Que o Senhor, o Pão vivo descido dos céus, a todos abençoe...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sinais da Palavra C Santíssima Trindade

Habitualmente, é em «nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» que tudo começamos... Unimo-nos a este Deus de Amor, um só Deus em que acreditamos e amamos, mas Pai que nos cria e salva, em Jesus Cristo, Filho enviado e que por nós morre e ressuscita, envolvidos num mesmo Espírito Santo que ilumina e conduz... E, por isso, como diz São Paulo: «tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus». Esta paz interior que nos renova, que nos fortalece em qualquer situação, mesmo as mais difíceis, que nos leva a viver com esperança, uma esperança que não engana, como diz o Apóstolo, que não pode ser uma mentira ou uma ilusão, mas é tão verdade como «o Amor de Deus... derramado em nossos corações pelo Espírito Santo». E o convite a mergulhar nesta paz divina, nesta própria intimidade de Deus Uno e Trino, é feito pelo próprio Jesus, que repetidamente nos lembra que deseja que também nós sejamos um, com Ele, e n’Ele com o Pai e o Espírito. Enfim, para que todos sejamos um, como o próprio Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, é Um só. Chamamo-lo Mistério de Fé, com verdade, e ainda que agora o não compreendamos totalmente, aceitamo-lo e vivemo-lo em verdade. E vivamos no amor do Pai, pela graça do Filho, Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sinais da Palavra C Pentecostes

Apesar dos medos humanos, Deus vem vencer a nossa resistência, vem abrir as nossas «portas fechadas», vem despertar em nós a urgência do anunciar, do partir em missão... Essa força do Amor de Deus, esse Espírito que vem do alto, hoje, como na manhã de Pentecostes, vem dar sentido à nossa oração, que não pode continuar fechada, seja nas casas, seja nos corações, mas tem de sair para testemunhar e anunciar Jesus Cristo, falando de uma forma que o mundo de hoje também entenda, em que todos se sintam convidados a escutar e a alegrar-se com esta novidade maravilhosa que sobre nós desce... E que o Espírito nos traga de novo a paz, a paz de Deus que Jesus confia aos discípulos, que faz vencer os medos e nos transforma em apóstolos dos nossos tempos, chamados a levar aos outros essa paz e o perdão que reconcilia, que faz sair dos muros em que fechámos os nossos corações e as nossas vidas e nos envia, cheios de confiança... Afinal, somos muitos, diversos e diferentes, mas animados por um mesmo Espírito que em todos trabalha e nos faz «constituirmos um só Corpo», como lembrava São Paulo... E que o pedido que fazemos: «Mandai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a terra», seja sentido, deixando que a primeira renovação seja nos nossos corações... Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sinais da Palavra C Ascensão do Senhor

Era uma promessa já anunciada, já esperada… Jesus sobe aos céus, volta para a glória de onde viera, regressa para junto do Pai… E agora, que atitude se espera da Igreja, dos seus seguidores? «Porque estais a olhar para o Céu?», era-nos perguntado no livro dos Actos dos Apóstolos. Jesus, a nossa esperança, sobe aos céus, mas desde logo fica a promessa feita a uma Igreja que O segue, aos seus discípulos para que não se deixem perder ou arrefecer o seu entusiasmo: «Esse Jesus (...) virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu». E, em vez de ficarmos parados, em atitude de quem deixa passar o tempo, toda uma vida, a olhar apenas para o Céu, à espera sem saber bem de quê, sintamos também nós a alegria pela Ascensão do Senhor e pela tarefa de anúncio e de testemunho que cabe agora à Igreja, a cada um de nós que somos revestidos «com a força do alto», como Jesus nos prometera. E assim, deixando que Cristo que sobe aos Céus, seja a «Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo» e nos chame continuamente a também nós subirmos aos Céus, ao longo de toda a vida, ou seja, a vivermos já a caminho dessa eternidade onde Ele se encontra, será tão diferente a nossa esperança, a nossa vida... Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

terça-feira, 30 de abril de 2013

Sinais da Palavra C Domingo de Páscoa 6

«Ouvistes que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós», dizia-nos Jesus no evangelho. E os cristãos não podem desanimar com esta partida do Senhor, com este anúncio da realidade da Ascensão do Senhor que se aproxima. Porque desde logo fica feita a promessa de que Ele voltará, bem como a promessa do envio do Espírito Santo: «o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse». Então, os cristãos assim fortalecidos recebem do Senhor o dom da paz, quando nos diz: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração». E assim, eles participam na construção daquela Igreja que vence os problemas que surgem no seu seio, hoje como outrora, como ouvíamos nos Actos dos Apóstolos, com a resolução das divisões entre judeus e gentios, pela intervenção dos Apóstolos, transmitida por Paulo e Barnabé… E querem ser a imagem daquela Igreja triunfante apresentada pelo livro do Apocalipse, fundada sobre o alicerce dos Apóstolos e que «não precisa da luz do sol nem da lua, porque a glória de Deus a ilumina e a sua lâmpada é o Cordeiro»… Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sinais da Palavra C Domingo de Páscoa 5

Jesus começa a preparar os seus discípulos para a realidade da Ascensão, da sua subida aos Céus… Diz-lhes: «Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco». Mas, na certeza da sua presença para sempre nos seus discípulos reunidos em comunidade, Jesus deixa-lhes um mandamento a cumprir, uma espécie de herança que os distinguirá dos demais: «Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros». Porque se o Mestre, Jesus, veio-nos amar sem medida, veio-nos também ensinar a força do amar, deste aprender com Ele a viver no amor para também nós alcançarmos a sua glória. E como nos enche de esperança a imagem final, não de destruição, mas de renovação, proposta pelo livro do Apocalipse: «Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu»… E que a Igreja de hoje vá crescendo nesta esperança, à imagem das primitivas comunidades cristãs fortalecidas pela palavra e acção de Paulo e Barnabé. Porque em Jesus ressuscitado estará sempre a nossa força… Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sinais da Palavra C Domingo de Páscoa 4

Deixarmo-nos conduzir pelo Cordeiro, Aquele que deu a vida por nós, e nos quer conduzir à vida sem fim… Deixarmos que o seu modo de vida, que a novidade que Ele veio ensinar, seja a nossa própria vida, seja um caminho para aquela realidade onde «nunca mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles… E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos», como lembrava o livro do Apocalipse. Porque é essa a promessa do próprio Pastor, Jesus Cristo, que nos diz: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão». Sejamos então esta Igreja conduzida pelo Bom Pastor, animada pela sua palavra que aprende a acolher cada vez mais, enviada a ser testemunha, como Paulo e Barnabé, sem desistir mesmo diante das dificuldades e das recusas… Porque hoje, tal como nesses primeiros tempos, muitos cristãos recusam este anúncio que lhes é dirigido, como os judeus então. «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios», lembrava São Paulo. Não rejeitemos, mas acolhamos de coração sincero este anúncio de vida eterna… Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sinais da Palavra C Domingo de Páscoa 3

Reconhecer o Senhor Jesus, presente na vida quotidiana que não pára… Pedro e alguns discípulos, depois de uma noite sem nada pescar, reconhecem Jesus que da praia lhes indica onde deviam pescar e trazer uma rede que, embora cheia de peixes, não se podia romper, sinal de uma Igreja também ela a crescer, mas que deve manter a união à volta do Senhor… Reconhecer que hoje somos nós, Igreja, aquela multidão de que fala o Apocalipse e que continua a dizer: «Digno é o Cordeiro que foi imolado de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor». Mas, reconhecer que esta Igreja continua ainda hoje a encontrar forças que a impeçam de anunciar o Senhor Jesus ressuscitado, tantos cristãos que se silenciam em vez de mostrarem a força da sua fé e da sua esperança, com medos e receios infundados, esquecendo o que lembravam Pedro e os Apóstolos, como testemunhas fortalecidas pelo Espírito, no livro dos Actos dos Apóstolos: «Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens»… E, deixando-se conduzir por este Senhor Jesus que continuamente reconhecemos, como Pedro que Ele deixou a apascentar o Seu rebanho, não ter medo de dizer: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo»… Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sinais da Palavra C II Domingo de Páscoa

«Estive morto»... Morto em tantas atitudes sem esperança, em tantos homens e mulheres que vivem como se o amanhã não existisse, para quem a vida se encaminha a cada dia, fatalmente, para o vazio da morte, para a desgraça da cova, sem mais nada que acreditar... Morto num mundo que nada mais consegue ver do que as lutas diárias pelo poder, pela riqueza... Morto num mundo onde o ter é imperativo, onde se passa por cima de tudo e de todos para se alcançar o vazio de quem nada tem como seguro, como certo, excepto essa mesma tirana morte que atemoriza... «Mas eis-Me vivo pelos séculos dos séculos»... Esta certeza que o mundo de hoje tem de compreender: Jesus está vivo! Ressuscitou! E a sua ressurreição é a nossa própria passagem da morte à vida, é a certeza de também nós vivermos com Ele toda a eternidade, de também nós ressuscitarmos. Não sejamos incrédulos, mas crentes, como o Senhor disse a Tomé. Mesmo sem termos visto, é preciso acreditar na Ressurreição, neste Senhor vivo e ressuscitado que caminha connosco pela vida, que nos acompanha e vem até aos nossos dias trazendo a sua paz, entrando nos nossos corações fechados pelos medos diários e dando-nos a força do Espírito, para que também nós sejamos suas testemunhas e O anunciemos com alegria... Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

terça-feira, 26 de março de 2013

Sinais da Palavra C Domingo de Páscoa

São Pedro, num discurso inflamado, dizia: «Vós sabeis o que aconteceu...». E sabemos. E o mundo de hoje precisa de ser recordado que se é Páscoa é porque Jesus ressuscitou! E que a Páscoa é mais do que uma oportunidade de férias, uma reunião das famílias, um voltar às terras de origem, os folares que se dão aos afilhados, ou o som das campainhas que acompanham os compassos que quase sem tempo percorrem as ruas das aldeias... Porque a Páscoa é esse terceiro dia em que Jesus ressuscita, em que os discípulos, como Pedro e o discípulo amado que correm para o sepulcro, o descobrem vazio e sentem renascer a esperança e a alegria. Porque a Páscoa é essa passagem da morte à Vida, que em Cristo é também a nossa passagem... E, por isso, olhamos e esperamos também nós essa esperança de eternidade, essa promessa feita realidade de vida sem fim... E, por isso, o Apóstolo Paulo convida-nos: «se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto»...E como é alta a nossa atitude de quem espera e acredita. E como é eterna essa alegria de saber que somos salvos e que caminhamos para a vida eterna... E como enraizados em Cristo viveremos com verdade a Páscoa... Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

Sinais da Palavra C Vigília Pascal

Nas trevas do desânimo e do cansaço em que vivemos tantas vezes, deixemos que seja a luz de Cristo, luz cheia de esperança e de vida, a iluminar os corações nesta noite em que a Vida vence a morte, em que o sepulcro fica vazio, em que Cristo ressuscita e nos dá a certeza de unidos a Ele também nós um dia ressuscitarmos... Porque esta é a noite da Luz e da Alegria! Porque esta é a noite da vitória da Vida sobre a morte! Porque esta é a noite de uma Igreja reunida para cantar louvores ao seu Senhor, vivo e presente em todos os corações! E, desde o princípio da criação do mundo, tudo se encaminha para este momento em que Deus vem reconduzir a Si uma humanidade perdida em si mesma, mas agora libertada, como o povo de Israel do Egipto, e agora é levada para a eternidade. E hoje, o povo não atravessa o mar vermelho, como recordado no livro do Êxodo, mas atravessa a própria morte, em Cristo, a caminho da vida renascida, do espírito que faz reviver, profetizados por Ezequiel. E São Paulo, escrevendo aos Romanos, vem-nos lembrar como tem um fundamento superior a alegria que hoje inunda a terra: «assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova». E aceitemos a certeza anunciada pelo Anjo do Senhor de que nos fala o evangelho de Lucas: «Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui: ressuscitou»... Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

Sinais da Palavra Sexta-feira Santa

São belas e significativas as imagens de Cristo na Cruz, de um servo sofredor, que nos apresenta o livro de Isaías: «Ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores»; «pelas suas chagas fomos curados»; «Maltratado, humilhou-se voluntariamente e não abriu a boca. «Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca»... Mas, as imagens de Isaías não pretendem impressionar, nem causar em nós uma piedade que nada mais traz. Pretendem lembrar-nos o valor desta mesma entrega, a força deste «servo» que Se oferece por todos nós, para que as suas feridas curem em nós as feridas do pecado, para que a sua morte vença a nossa própria morte. E mais do que ficarmos com pena diante da Cruz, as palavras do profeta devem provocar em nós o agradecimento e a verdadeira adoração de quem reconhece e aceita, em Cristo, a Salvação... E como a Cruz, ainda hoje, é uma linguagem de difícil compreensão. Mas, como fala tão fortemente, como o «tudo está consumado», as últimas palavras de Jesus na Cruz, no evangelho de João, ressoam ainda hoje em todos os corações que procuram compreender o que diz a epístola aos Hebreus: «Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento»... E façamos nossas as palavras de quem se entrega, de quem diz: «Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito»... Que o silêncio e a força da Cruz nos levem à Salvação...

Sinais da Palavra Quinta-feira Santa

Já não é mais a carne e o sangue dos cordeiros que o povo de Israel oferecia todos os anos, recordando a Páscoa Judaica, cumprindo o mandamento dado a Moisés e a Aarão. Já não é um sacrifício novo todos os anos, celebrado em memória dessa libertação do Egipto. Mas, como lembra São Paulo, escrevendo à comunidade cristã de Corinto, é o que recebemos do Senhor Jesus que celebramos. E não apenas recordamos, mas celebramos verdadeiramente o que o Senhor realizou, «na noite em que ia ser entregue». E, sempre que o fazemos, sempre que cumprimos o «fazei isto em memória de Mim», participamos também nós nessa entrega que Jesus faz de Si mesmo a todos os seus discípulos. E é o Seu Corpo e o Seu Sangue que agora recebemos, como memorial perene. E é o único e verdadeiro sacríficio, o da nova e eterna Aliança, do Cordeiro Pascal que celebramos. E, como nos lembra o Apóstolo, «todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha»... E, porque Ele nos ama até ao fim, no decorrer dessa ceia memorável, deixou-nos o exemplo a seguir: o Mestre que se faz servo, que nos ensina a servir na humildade e na entrega total, de quem «lava os pés» aos seus irmãos, de quem ama como Ele nos ama... Recebamos, também nós, esse Amor que se faz entrega no Seu Corpo e no Seu Sangue...

terça-feira, 19 de março de 2013

Sinais da Palavra C Domingo de Ramos

Aprendamos com o Senhor Jesus a obedecer, e a obedecer «até à morte e morte de cruz», como nos lembra São Paulo na sua carta aos Filipenses. Aprender a viver uma vida que não foge da ideia do sofrimento e da morte, porque sabe que em Cristo, eles são agora caminho de vida, caminho que passa pela entrega na Cruz, mas não termina aí: alcança a glória da Ressurreição… E acreditemos nesta vida que entregando-Se, que oferecendo-Se por nós na Cruz, nos convida a unir os nossos corações e a nossa vida a esses momentos tão fortes, tão significativos em que acompanhamos a Sua Morte e Ressurreição. Porque a Semana que agora se inicia, a Semana Santa é um forte convite a que nós cristãos não a vivamos na indiferença, mas aprendamos a seguir mais a Jesus Cristo, esse mesmo Senhor que acompanhamos na sua entrada em Jerusalém e olhamos na Cruz, quando diz: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito». E com o centurião, saibamos também nós exclamar, cheios de fé: «Realmente este homem era justo»… e anunciar ao mundo que da sua justiça, da sua vida dada por amor, todos nós recebemos a graça da salvação… Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa...

terça-feira, 12 de março de 2013

Sinais da Palavra C Quaresma 5

Aprender a ver, a cada instante da vida, a novidade de que fala o profeta Isaías, quando, falando em nome de Deus, diz: «Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes?»… Mas, aprender a ver não apenas com os olhos, mas com um coração que acredita e vive… Porque o Senhor continua a fazer hoje maravilhas, em cada um de nós… Sentir a maravilha de um perdão, ainda que as nossas acções merecessem um outro castigo… Porque o seu amor nos dá sempre a possibilidade de uma nova oportunidade, de uma nova vida, dizendo-nos, como à mulher adúltera: «nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar»! A possibilidade de começar de novo… a novidade de viver então de uma forma diferente, afastando-se do pecado, aceitando o perdão de quem não olha para as nossas falhas, por mais graves e conhecidas que sejam, mas olha para o nosso coração, descobrindo nele um arrependimento verdadeiro e esta vontade de mudar… Como lembrava São Paulo, «uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus», não ficar parado nas minhas rotinas e falhas, mas avançar, correndo para este perdão, para esta vida nova que o amor do Senhor nos propõe, tomar a atitude a que nos desafia o Apóstolo, a sua própria atitude: «esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus»… Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa... Um desafio que nos deixa a palavra, esta semana: reconhecer a meta a que nos propomos, mudar algo em nós para que a corrida seja mais intensa… e aceitar a nova vida que Deus nos propõe, no seu perdão…

segunda-feira, 4 de março de 2013

Sinais da Palavra C Quaresma 4

Quantas vezes já não nos imaginámos no lugar daquele filho mais novo da parábola do evangelho, porque a isso fomos convidados. Aquele que pede a herança ao pai, parte para longe e destrói tudo na má vida, voltando depois de ter ficado na miséria… Aquele filho que nos é apontado habitualmente como exemplo de alguém que se arrepende e volta com humildade para o Pai… Mas hoje, não há tempo para o arrependimento… o filho estaria mais preocupado em arranjar desculpas para o seu comportamento, em culpar o pai tirano que não o deixava fazer o que queria e que impunha regras demasiado pesadas, em culpar os outros irmãos que não são o que parecem… Como para tantos, é importante arranjar desculpas para se afastar da casa do Pai, desta igreja que parece não ter sentido e da qual é tão importante hoje fugir… E voltar para pedir perdão? Grande sinal de fraqueza… Nem a fome hoje desculparia tal atitude… Porque não se sente a culpa pela acção feita, porque custa tanto reconhecer o próprio erro… Mas, o Pai, o mesmo da parábola do evangelho, continua hoje à espera de nos ver regressar, de nos ver ao longe para correr a nos abraçar… Aceitemos então o pedido de São Paulo: «nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus»… Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa... Um desafio que nos deixa a palavra, esta semana: fazer um verdadeiro exame à nossa vida, dar conta das nossas fugas como filhos, para então nos aproximarmos do abraço do perdão do Pai…

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sinais da Palavra C Quaresma 3

Neste caminho que é a Quaresma, caminho para a Páscoa do Senhor, deixemo-nos conduzir por Cristo, o Pastor que vem dar a vida por nós e conduzir-nos à Terra Prometida… Primeiro, saibamos escutar o anúncio que o próprio Pastor, Jesus Cristo, nos vem fazer, um anúncio da proximidade do Reino de Deus que dizemos esperar, um anúncio que nos convida a estarmos atentos e preparados, para não nos deixarmos morrer pelo pecado. Na dureza das palavras do Senhor, no evangelho, falando das vítimas de dois episódios diferentes da história de então, encontramos a certeza de não nos deixarmos surpreender pela morte, não se encontrando verdadeiro fruto, e fruto de vida eterna, nas nossas vidas, como a figueira da parábola, ameaçada já do corte a acontecer… Depois, ajudados por São Paulo, aprendamos a ler na história do Antigo Testamento, a necessidade de estarmos também nós atentos e vigilantes, nesta caminhada e travessia do deserto, a caminho da terra prometida, da vida sem fim. Ouçamos por isso o Apóstolo que diz: «quem julga estar de pé tome cuidado para não cair»… Procuremos viver sempre a certeza de que o Senhor é clemente e cheio de compaixão, atento à história do seu povo, de cada um de nós, para nos libertar e nos conduzir a caminho da eternidade… Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa... Um desafio que nos deixa a palavra, esta semana: redescobrir a nossa esperança, a caminho da vida, guiados pelo próprio Deus, cheio de compaixão e clemência…

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sinais da Palavra C Quaresma 2

Não esqueçamos, também nós, que a Quaresma é caminho para a Páscoa… Que só por si não teria sentido… Mas, que a conversão e renovação interior a que nos convida têm como meta a alegria da Ressurreição, do podermos também nós contemplar a glória de Deus, de podermos ver o rosto glorioso do Senhor Jesus… Para não perdermos a meta que queremos alcançar, neste segundo domingo da Quaresma, saibamos também nós encontrar este rosto de Jesus no relato da Transfiguração… E sintamos também nós, como Pedro, Tiago e João, a alegria de estarmos com Ele, de O sentirmos glorioso no meio de nós, em cada Eucaristia, em comunidade… E acreditemos no testemunho de Moisés e Elias, da Lei e dos Profetas… Acreditemos no testemunho do Pai, na voz que da nuvem se faz ouvir: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O» … Acreditemos nessa aliança que Deus faz connosco em seu Filho, a nova e eterna aliança. Somos, como Abraão, agora escolhidos para ser seu povo, um povo que recebe como promessa uma nova terra, para a qual vamos caminhando… E como lembrava São Paulo: «a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso» … Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa... Um desafio que nos deixa a palavra, esta semana: mostrar um rosto transfigurado, mais sereno e confiante ao longo da semana...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sinais da Palavra C Quaresma 1

Reconhecer o que é verdadeiramente importante e necessário para a nossa vida quotidiana… Não cairmos no convite tentador de um mundo que quer ter sempre mais, mesmo que não lhe faça falta, num mundo que quer abundância, mesmo em tempos mais difíceis e de escassez, num mundo que se julga autónomo e auto-suficiente, mas que procura e cria ajudas «superiores», ainda que tantas vezes sem sentido… Mas, neste tempo quaresmal de preparação e renovação de vida, começar por responder ao apelo de São Paulo: «Se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor e se acreditares no teu coração que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo». E não ter medo desta caminhada de vida em que sabemos irão existir momentos de fraqueza e de tentação… Porque o próprio Jesus nos ensina a vencer em nós esta mesma inclinação para o mal, as tentações de quem, chamado por Deus a um caminho de subida e renovação interior, se deixa alimentar pelas ilusões de uma vida de facilidades, de ser mais porque se tem mais, de uma vida em que tantas vezes parecemos querer trair o próprio amor de Deus por nós, colocando-o «à prova»… Encontrar em Jesus essa força que nos ajuda a vencer a tentação, que nos ajuda a nos oferecermos agora a nós mesmos, como primícias da nossa vida… Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa... Um desafio que nos deixa a palavra, esta semana: descobrir também, em nós, as tentações que sentimos no dia-a-dia e procurar a forma de as vencer...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 5

«Quem enviarei? Quem irá por nós?»… A pergunta do Senhor Deus no livro de Isaías continua hoje a fazer sentido… porque hoje como outrora é necessário enviar alguém, são necessários discípulos que partam, apaixonadamente, levando a Palavra mais longe e mais forte, anunciando Cristo ao mundo actual, sendo «pescadores de homens», enchendo muito mais esta barca que é a Igreja… Faltam hoje respostas disponíveis como a do profeta Isaías: «Eis-me aqui: podeis enviar-me»… Porque hoje é tão mais seguro pensar que outros irão, ficando apenas a assistir, em vez de se envolver nesta pesca milagrosa, de muitos discípulos, pesca que não é nossa, mas do próprio Cristo que continua a dizer hoje como disse a Pedro e aos companheiros: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca»… Afastar as fraquezas, próprias do ser humano, e não ter medo de ser discípulos, de aceitar essa missão de anunciar… Como o fez Isaías, deixando-se tocar pelo carvão ardente purificador… Como o fizeram Pedro e os companheiros, deixando tudo para seguir Jesus… Como o fez sempre São Paulo, como ele mesmo lembrava aos coríntios, anunciando sem temor Jesus ressuscitado… Porque daqui parte a nossa fé… Que o Senhor a todos abençoe...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 4

Anunciar a salvação… Ainda que isso implique ir contra todos os que a não querem acolher, ser sinal de contradição perante tantos poderes e fortalezas deste mundo… Como a Jeremias, o profeta escolhido desde o ventre materno e consagrado ainda no seio de sua mãe, também a nós hoje é dito: «não temas diante deles, senão serei Eu que te farei temer a sua presença». Porque, as palavras a anunciar não são as que querem agradar a todos, mas sim as de um anúncio do próprio Deus, da salvação que oferece a todos os homens. Porque não nos anunciamos a nós, nem procuramos aplausos e elogios, mas nos colocamos ao serviço de Deus, somos seus profetas no mundo de hoje… Também Jesus experimentou esta recusa e a expulsão por parte dos seus conterrâneos, que procuravam o espectáculo de muitos milagres e não a rectidão das suas palavras, que queriam ter ali uma resposta fácil para os seus problemas e não um convite constante a uma atitude de fé e de seguir o Senhor, com todas as suas implicações. Porque, como lembrava São Paulo aos coríntios, podemos também nós ser os «maiores» no espectáculo, capazes das maiores coisas, mas se não o fizermos por amor a Deus, de que nos servirá?... Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 3

Como somos hoje tão diferentes daquela assembleia que escutava a leitura da Palavra, do livro da Lei, no tempo de Neemias… Como aquela deveria ser a imagem das nossas assembleias hoje, acolhendo a Palavra que é proclamada e explicada, não olhando para os relógios cheios de pressa e à espera que as celebrações terminem… Como a Palavra deveria ter hoje para nós a mesma importância, mesmo para aqueles para quem ela é sempre estranha, porque não têm tempo para a escutar e meditar, nem para Deus… Como longe vai o tempo em que não havia «domingo sem missa», esquecendo o convite da primeira leitura, após a reunião em assembleia: «Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor»… Porque, como lembrava o Senhor Jesus no evangelho: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir»… Porque agora a Palavra está no meio de nós, é Ele mesmo, que vem «anunciar a boa nova aos pobres», «proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos», «restituir a liberdade aos oprimidos» e «proclamar o ano da graça do Senhor»… E, reunidos em assembleia festiva, também nós sentimos mais fortemente as palavras de São Paulo, que nos recorda que embora com tarefas diferentes, somos membros de uma mesma Igreja, de um mesmo Corpo de Cristo, que devemos fortalecer e fazer crescer… Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sinais da Palavra C Tempo Comum 2

«Fazei tudo o que Ele vos disser», dizia Maria, Mãe de Jesus, a seu Filho, nas Bodas de Caná… Como no-lo diz hoje, a todos nós, para que também descubramos os milagres que Jesus continua a realizar em nós e nos nossos dias. Para que sintamos a sua presença nas nossas vidas, em todos os momentos, desde os de festa, como as bodas em Caná para as quais foi convidado, aos mais quotidianos, a que nem sempre damos importância… Porque, sentindo a presença de Jesus, devemos aprender a cumprir as suas palavras, aquilo que Ele nos diz… Porque Ele Se faz presente, na presença também do Pai e do Espírito, estabelecendo uma nova relação com o povo, como nos recordava a profecia de Isaías, comparando a nossa relação com Deus, com a relação de um grande amor entre esposos, em que Deus nos faz a sua alegria. E este povo, a Igreja que todos nós formamos, vive uma unidade em si que não pode ser posta em causa pelas personalidades dos seus membros, porque até as nossas acções e tudo o que somos é fruto de um só mesmo Espírito, porque, como lembrava São Paulo aos coríntios, «é um só e o mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada»… Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sinais da Palavra C Baptismo do Senhor

E ainda hoje se faz ouvir a certeza de que «Tu és o meu Filho muito amado»… Porque Jesus, o Filho amado do Pai, nos veio fazer também filhos do mesmo Pai, pelo Baptismo. E também sobre nós hoje, nesse momento tão importante da nossa vida cristã, no seu início, desce o Espírito de Deus, fortalecendo-nos e dando-nos uma missão que não pode ficar esquecida, mas temos de cumprir no dia-a-dia. Porque também nós anunciamos a redenção, iniciada no «Servo de Deus» apresentado pelo profeta Isaías. Redenção que é para nós, que é para nós hoje, em Cristo Jesus, «a aliança do povo e a luz das nações». E que vem renovar em Si todas as coisas, abrindo no tempo e na história espaço para uma nova realidade, de mais ânimo, de mais esperança… Porque, como lembrava São Pedro, no seu discurso nos Actos dos Apóstolos, «Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele». E é este mesmo Jesus que nós acolhemos na nossa vida… É Ele a nova vida de filhos que também nós queremos viver cada vez mais… Porque baptizados, formamos com Cristo esta família que escuta e se dirige para o Pai… Que o Senhor, o Deus Menino, a todos abençoe...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Sinais da Palavra C Epifania

Aquele que era antes invisível, manifestou-Se agora visível aos nossos olhos… manifestou-Se na nossa própria humanidade… Deus mostra-Se agora visível a todos os povos, na humanidade de uma criança que nasce para todos, para que todos os povos O possam vir adorar… Deus manifesta-Se, mostra-Se presente, unindo a Si a nossa condição humana. Nasce como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem em Cristo Jesus… Mas, com uma finalidade: unir em Si, unir na mesma salvação que a todos oferece, todos os povos da terra… E este convite à universalidade da salvação está bem representado na figura dos magos, que vindos do Oriente, se deixam guiar pela luz de uma estrela, à procura de um acontecimento único, de uma nova realidade… Também nós, guiados pela Luz de Cristo que nasce, de Deus que Se faz Homem para nos salvar, partimos confiantes, ao longo da vida, à procura dessa mesma nova realidade: de nos sentirmos filhos de Deus, herdeiros de uma mesma promessa de vida eterna que se cumpre em Jesus Cristo, o Filho Unigénito… E que essa luz de Deus brilhe mais forte em nós… e que a procuremos seguir cada vez mais, como os Magos, ofertando ao Deus Menino, hoje, a nossa própria vida… Que o Senhor, o Deus Menino, a todos abençoe...