quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sinais da Palavra A Tempo Comum 18

Afinal, o que nos poderá separar de algo que se torna a essência da nossa própria vida? O que nos separará do bater do nosso próprio coração, não apenas aqui, mas um bater que ecoa já na e para a eternidade?
Afinal, S. Paulo perguntava-se isso mesmo: «quem poderá separar-nos do amor de Cristo?»... Apenas nós o poderemos afastar, recusar, não o aceitar... e mesmo assim ele continuará lá, como oferta para a nossa vida, como proximidade que apenas temos de aceitar...
E este amor é tão mais valioso do que todos os bens materiais que este mundo possa oferecer e que tanto nos preocupam... E já o profeta Isaías o lembrava, ao perguntar: «porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta e o vosso trabalho naquilo que não sacia?»...
E, às multidões que O seguem, Jesus oferece não apenas o pão que se multiplica milagrosamente, dos parcos cinco pães e dois peixes que os discípulos possuiam, mas um Pão que alimenta e sacia, que é Ele mesmo, uma Palavra que dá vida e que todos escutavam maravilhados...
E a ordem dada aos discípulos é renovada também hoje: «dai-lhes vós de comer». Para que façamos da Eucaristia esse degustar da Palavra anunciada e o saciar-nos do Alimento de Vida Eterna, que è o próprio Jesus que nos congrega, hoje não em multidão anónima, mas em comunidade cristã...

Que o Senhor a todos abençoe...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sinais da Palavra A Tempo Comum 17

Olhar a sabedoria como um tesouro, a capacidade de discernir e saber bem escolher como uma dádiva...
Sentir que se encontrou o tesouro escondido no campo e há que fazer tudo para o poder encontrar, para o sentir como nosso...
Descobrir a mais bela pérola, mas não ficar apenas à distância, a olhar sempre de longe, até ao ponto de se duvidar da sua existência e se desistir, contentando-se com pedras que até parecem brilhar mais, mas não são essa pérola de valor incalculável, que é preciso sentir como nossa, tomar nas mãos, que é o Reino dos Céus...
Sentir que um dia seremos um dos peixes apanhados na rede, mas que tudo fizemos para ser dos bons peixes, daqueles que serão guardados para a eternidade...
Até porque, como diz S. Paulo, «Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam, dos que são chamados, segundo o seu desígnio»... Não segundo as nossas vontades e caprichos, mas segundo o designio deste Deus que ama e chama...
Aprendamos então, como Salomão, a pedir a verdadeira sabedoria de coração, a que sabe julgar com justiça, a de quem escolhe Deus por meta e por herança...
E procuremos esse tesouro bem dentro de nós, vivendo-o... e essa pérola magnífica da fé, cuidando-a... e encontremos esse reino dos Céus que escolhemos, acreditando...

Que o Senhor a todos abençoe...

sábado, 16 de julho de 2011

Sinais da Palavra A Tempo Comum 16

Num mundo que mostra a sua grandeza pela força e pela guerra, em que os ricos mostram pelas posses que dominam e espezinham os outros, em que a vingança e o ódio são sinais de poder, vir o livro da sabedoria dizer: «Mas Vós, o Senhor da força, julgais com bondade e governais-nos com muita indulgência»... parece uma grande contradição...
Um Deus tão longe da imagem que d’Ele foi criada, de um tirano que põe e dispõe, que castiga com doenças e calamidades, que «brinca» com a vida humana, pelo «jogo» da morte? Perante os rumores de um Deus assim, inventado pelo mundo actual, onde encaixar com verdade o que dizemos como refrão do salmo: «Senhor, sois um Deus clemente e compassivo», convidados a sentir e a deixar crescer em nós esse mesmo perdão, esse amor que se faz sempre uma nova oportunidade?
E Deus, como o senhor da parábola do evangelho, deixa crescer sempre em conjunto no trigo e o joio, o bem e o mal, semeando em nós o bem, esperando pacientemente que ele frutifique, sem no entanto arrancar o mal que se vai infiltrando, deixando sempre que na nossa liberdade façamos a melhor escolha, a das colheitas abundantes...
E, se a semente que Ele lança em nós é boa, não a deixemos estragar, deixando a fé adormecer em nós...

Que o Senhor a todos abençoe...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sinais da Palavra A Tempo Comum 15

E como cuidamos nós o acolher desta Palavra, que vem de Deus e como Ele nos diz, «não volta sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua missão»?
Nessa imagem magnífica e de fácil compreensão, já que o próprio Jesus a explica, para que não restem dúvidas, vejamos e analisemos a nossa própria vida, o nosso próprio «terreno» para acolher esta Palavra feita semente.
E certamente, se nos perguntarem, todos nós seremos «boa terra», bem preparados e prontos a produzir frutos, «ora cem, ora sessenta, ora trinta por um»...
Mas, não é só a nossa vontade de ser boa terra... É a forma como acolhemos, mas também como deixamos que esta Palavra produza frutos em nós... E a forma como vamos cuidando e multiplicando esses frutos, como deixamos que eles aconteçam na nossa vida...
Lembremos os exemplos dos terrenos pedregosos e cheios de espinhos, que acolhem a Palavra, mas não a deixam criar raízes ou crescer livres das preocupações e outros interesses que a abafam... Não deixam de acolher, como nós em tantas celebrações, mas rapidamente a esquecem e abafam...
E, sabemos que todo o esforço agora feito não será em vão. Como lembrava São Paulo: «eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há-de manifestar em nós»... Mas, essa glória começa a transformar-nos desde já...
Como diz Jesus, no evangelho: «quem tem ouvidos, oiça»...

Que o Senhor a todos abençoe...