Olhámos já para Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, Senhor do tempo e da história, o Enviado pelo Pai...
No seu diálogo de amor com os homens, com o Povo escolhido e conduzido ao longo da História da Salvação, Deus vem falar-nos por Seu Filho, como o diz a Epístola aos Hebreus, na plenitude dos tempos... Jesus é a Palavra desse diálogo, a Palavra que dá plenitude ao antes e ao depois, que desce dos céus para nossa Salvação, como dizemos ao afirmar a nossa fé.
Jesus vem até nós, por nós e para nós... Pode parecer confuso, mas é verdade digna de ser acreditada: é pelo Homem e para salvar o Homem que o próprio Filho de Deus encarna e Se faz Homem, vem viver a nossa vida, para nos colocar de novo em rota para o Céu, para o que havíamos perdido pelo pecado, para reconciliar o Homem com Deus, reatando uma aliança, agora nova e eterna, definitiva.
O mistério da Encarnação do Verbo de Deus, em que o Filho de Deus encarna e Se faz Homem, que provoca a nossa mais profunda admiração e diante do qual nos ajoelhamos em adoração ao celebrar o Seu Nascimento, merece sempre a nossa reverência e uma atitude de Quem o acolhe continuamente no seu coração (e por isso, ao professar a nossa fé no Credo, somos convidados a fazer também fisicamente esta inclinação de adoração, às palavras «e encarnou pelo Espírito Santo e no seio da Virgem Maria Se fez Homem»).
Pela acção do Espírito Santo, Maria acolhe essa mesma Palavra encarnada e se torna modelo de acolhimento de Deus nas nossas vidas. Na sua humildade e entrega, no seu sim confiante à acção e vontade de Deus, Maria desempenha um papel especial nesta dinâmica de um Deus que Se faz mais presente, que vem viver a nossa vida, ensinando-nos a viver a nossa humanidade a caminho para Deus. Maria ensina-nos a acolher, a viver essa atenção e disponibilidade, um sim mais verdadeiro e consequente à acção de Deus na vida de cada um...
Diante deste Deus que vem viver à nossa maneira, impõe-se uma pergunta: estaremos nós dispostos a viver segundo a forma como Ele nos veio ensinar? Viver o Amor sem medidas a que Ele nos convida?
E a nossa resposta tem de surgir, espontânea, no dia-a-dia...
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