Jesus Cristo é o Filho Unigénito do Pai... Unigénito porque é o único gerado, por distinção de criados, nós humanos, que somos criaturas de Deus...
Um único e verdadeiro Filho, mas, no qual, também nós somos filhos de Deus...
É por isso que Jesus Cristo é o verdadeiro rosto de Deus que ama, ao ponto de nos fazer filhos também... Uma imagem tão distante do nosso egoísmo, em que até entre os próprios filhos existem tantas quezílias, tantas dificuldades de entendimento...
Custa-nos entender a ideia de que se aceitam novos filhos, que não tinham qualquer direito em si mesmos, mas que agora também se tornam herdeiros, até de uma natureza que não é a sua, maior do que o imaginado ou desejado. E que este estatuto de filhos e herdeiros, ainda por cima, se adquire à custa do sacrifício do próprio Filho, que Se entrega e morre para que todos os que O aceitam e n’Ele acreditam alcancem a vida, ainda que ao homem, por vezes, custe entregar seja o que for...
Um Filho gerado do Amor do Pai, para que nós, as criaturas que «tantas vezes viramos as costas», sejamos aceites e educados como filhos também...
Têm assim sentido as palavras de Jesus no Evangelho. «Meu Pai e vosso Pai», ou o «rezai assim: Pai Nosso...»... Ou as palavras que se fizeram ouvir no episódio da Transfiguração, vindas da nuvem do céu: «Este é o Meu Filho muito amado. Escutai-O».
Mas, o Filho Unigénito é Consubstancial ao Pai... Dito de outra forma, da mesma substância do Pai. Não Lhe é inferior ou superior, mas de uma mesma realidade divina, trazendo-nos, a toda a Humanidade, essa luz divina que nos era inacessível, não deixando de ser Deus, verdadeiro Deus, mas passando a ser Homem, verdadeiro também, para que a Humanidade possa subir com Ele para junto do Pai...
Mas, este Filho de Deus torna-se Homem com uma missão, que nasce da sua própria Vinda e de uma realidade primeira que a nossa fé nos convida a não esquecer: «Por Ele, todas as coisas foram feitas... e para nossa Salvação desceu dos céus».
Dizer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, mais do que dizê-lo, afirmá-lo, é ter consciência de que esta filiação que daí recebemos é para nós um compromisso de mudança, de grande sentido para a nossa própria forma de viver... Viveremos, daqui em diante, à maneira do Filho de Deus, que veio assumir a nossa condição humana, ensinando-nos o próprio Deus como viver o nosso dia-a-dia...
Mas, será que, ao afirmar a nossa fé tomamos consciência de que também somos filhos de Deus, irmãos em Jesus Cristo? Que é daqui que nasce toda a verdadeira fraternidade e igualdade humana? Que vivemos já a nossa vida humana na esperança de uma eternidade junto a Deus Pai?
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