Ainda não há muito tempo, era discutida em praça pública a possível alteração de um dos símbolos nacionais – o Hino – o que levou também à consequente discussão da necessidade de um maior conhecimento sobre os símbolos nacionais e o que representavam.
Com uma letra considerada por alguns como um incentivo à guerra e à violência, que não reflectem a postura nacional sobre esta questão, (esquecendo o aspecto histórico e não meramente actual do símbolo em questão), a conclusão a que este debate levou foi ela mesma mais preocupante do que o próprio debate: muitos portugueses desconheciam (desconhecem, atrever-me-ia eu a dizer) o Hino Nacional.
E mais do que centrar a discussão em torno do grito histórico e de exaltação da defesa do território nacional, o «Às armas! Às armas!», (muito necessário noutras épocas), olhemos para toda uma letra que convida a olhar para essa mesma identidade que recebemos ao nascer portugueses, para toda a história e tradição herdada, para todo um passado que fez deste «rectângulo à beira mar plantado» uma grande nação, acima de tudo um país que se orgulha de o ser.
E passa-nos tantas vezes despercebido o «levantai hoje de novo o esplendor de Portugal»… Um esplendor feito história, inspirado num passado tantas vezes desconhecido, mas um esplendor feito ânsias de um futuro, onde não desapareçam virtudes e valores que ajudaram a construir o país e o ajudarão, certamente, a manter um rumo e criar horizontes e objectivos a cumprir.
O «levantar de novo» uma educação com princípios e que não ande ao sabor de correntes ou opiniões pessoais; um espírito colectivo, onde o respeito e a felicidade sejam possibilidades a procurar por todos e para todos, e não o guerrear de vontades e caprichos pessoais; uma identidade, onde há espaço para cada um e para todos, nas suas diferenças e igualdades, onde os direitos não se sobrepõem aos deveres, e onde se respeitam ideologias e crenças, sem as considerar coisas do passado ou alvos a abater por «políticas mais escondidas» …
Levante-se, de novo, Portugal… Não um pequeno país, não o país dos problemas e das intrigas, mas esse «nobre povo», onde o que enaltece não são os números ou as festas de «fogo de vista», mas sim a vontade de crer, de querer e do sonhar…
E como dizia Fernando Pessoa, logo após o tão conhecido e divulgado «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce», «Senhor, falta cumprir-se Portugal!» …
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