quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sinais da Palavra Na beatificação de João Paulo II

«Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo!».
Palavras de um homem, vindo de uma Igreja perseguida e silenciada na Polónia, habituado também ele a manter a esperança mesmo no meio das grandes dificuldades... Palavras de Karol Wojtyla, eleito Papa João Paulo II, a 22 de Outubro de 1978, iniciando o seu longo e marcante pontificado...
Um Papa que não ficou confinado ao Vaticano, à espera dos seus fiéis, mas comprendeu a necessidade de tempos em que o Pastor, à imagem do que Jesus lembra no evangelho, vai ao encontro do rebanho, vai anunciar um Jesus próximo, vivo e presente no meio até das comunidades mais afastadas...
Um Papa que soube levar a todos uma palavra especial: aos jovens, a do empenho e da missão de testemunhar; aos países de leste, de onde era oriundo, a do estímulo e a da esperança; às outras religiões, a de paz e de ecumenismo; aos doentes e que sofrem, a do seu próprio exemplo na doença e na dor; a uma sociedade incapaz de perdoar e conviver, a de um Papa que não tem medo de pedir perdão...
E que nos diz: «Que o Evangelho seja o grande critério que guia as opções e os rumos da vossa vida!»...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sinais da Palavra A Domingo de Páscoa 2

Jesus disse-lhes: «A paz esteja convosco»...
Também nós recebemos a paz do Senhor ressuscitado, do Cristo vivo que vem para dissipar os nossos medos, que vem fortalecer a nossa fé e convidar-nos a descobrir que é Ele essa presença invísivel de serenidade e alegria...
Mas, como é importante que a nossa fé seja renovada, encontre nova força na ressurreição do Senhor, afinal, na nossa própria passagem da morte à vida, da nossa própria vitória sobre a morte em Cristo Jesus. E não sejamos incrédulos, sempre à procura de provas que possamos tocar e sentir, quando as mais verdadeiras estão mesmo à nossa frente, como o próprio Senhor que nos diz: «não sejas incrédulo, mas crente»...
Um crente que, como nos lembra São Pedro, faz parte de uma Igreja onde «sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele»... Uma Igreja que não tem medo de viver a sua alegria, numa esperança inabalável...
Mas, uma Igreja que tem tanto para aprender com a comunidade primitiva de que nos fala os Actos dos Apóstolos. Na participação plena e consciente na Eucaristia e na formação cristã, quando diz: «eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações». Na verdadeira caridade e no sentido de serem verdadeiras famílias, ao afirmar: «viviam unidos e tinham tudo em comum»...
E como em Cristo vivo e no meio de nós tem mais sentido chamarmo-nos «irmãos»...

Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sinais da Palavra A Domingo de Páscoa

São Pedro, num discurso inflamado, dizia: «Vós sabeis o que aconteceu...».
E sabemos. E o mundo de hoje precisa de ser recordado que se é Páscoa é porque Jesus ressuscitou! E que a Páscoa é mais do que uma oportunidade de férias, uma reunião das famílias, um voltar às terras de origem, os folares que se dão aos afilhados, ou o som das campainhas que acompanham os compassos que quase sem tempo percorrem as ruas das aldeias...
Porque a Páscoa é esse terceiro dia em que Jesus ressuscita, em que os discípulos, como Pedro e o discípulo amado que correm para o sepulcro, o descobrem vazio e sentem renascer a esperança e a alegria. Porque a Páscoa é essa passagem da morte à Vida, que em Cristo é também a nossa passagem...
E, por isso, olhamos e esperamos também nós essa esperança de eternidade, essa promessa feita realidade de vida sem fim...
E, por isso, o Apóstolo Paulo convida-nos: «se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto»...E como é alta a nossa atitude de quem espera e acredita. E como é eterna essa alegria de saber que somos salvos e que caminhamos para a vida eterna... E como enraizados em Cristo viveremos com verdade a Páscoa...

Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

Sinais da Palavra A Vigília Pascal

Nas trevas do desânimo e do cansaço em que vivemos tantas vezes, deixemos que seja a luz de Cristo, luz cheia de esperança e de vida, a iluminar os corações nesta noite em que a Vida vence a morte, em que o sepulcro fica vazio, em que Cristo ressuscita e nos dá a certeza de unidos a Ele também nós um dia ressuscitarmos...
Porque esta é a noite da Luz e da Alegria! Porque esta é a noite da vitória da Vida sobre a morte! Porque esta é a noite de uma Igreja reunida para cantar louvores ao seu Senhor, vivo e presente em todos os corações!
E, desde o princípio da criação do mundo, tudo se encaminha para este momento em que Deus vem reconduzir a Si uma humanidade perdida em si mesma, mas agora libertada, como o povo de Israel do Egipto, e agora é levada para a eternidade. E hoje, o povo não atravessa o mar vermelho, como recordado no livro do Êxodo, mas atravessa a própria morte, em Cristo, a caminho da vida renascida, do espírito que faz reviver, profetizados por Ezequiel.
E São Paulo, escrevendo aos Romanos, vem-nos lembrar como tem um fundamento superior a alegria que hoje inunda a terra: «assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova».
E aceitemos o convite do Anjo do Senhor de que nos fala o evangelho de Mateus: «ide depressa dizer aos discípulos: ‘Ele ressuscitou dos mortos’»...

Aleluia! Alegremo-nos em Cristo vivo e presente no meio de nós...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sinais da Palavra Sexta-feira Santa

São belas e significativas as imagens de Cristo na Cruz, de um servo sofredor, que nos apresenta o livro de Isaías: «Ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores»; «pelas suas chagas fomos curados»; «Maltratado, humilhou-se voluntariamente e não abriu a boca. «Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca»...
Mas, as imagens de Isaías não pretendem impressionar, nem causar em nós uma piedade que nada mais traz. Pretendem lembrar-nos o valor desta mesma entrega, a força deste «servo» que Se oferece por todos nós, para que as suas feridas curem em nós as feridas do pecado, para que a sua morte vença a nossa própria morte. E mais do que ficarmos com pena diante da Cruz, as palavras do profeta devem provocar em nós o agradecimento e a verdadeira adoração de quem reconhece e aceita, em Cristo, a Salvação...
E como a Cruz, ainda hoje, é uma linguagem de difícil compreensão. Mas, como fala tão fortemente, como o «tudo está consumado», as últimas palavras de Jesus na Cruz, no evangelho de João, ressoam ainda hoje em todos os corações que procuram compreender o que diz a epístola aos Hebreus: «Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento»...
E façamos nossas as palavras de quem se entrega, de quem diz: «Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito»...

Que o silêncio e a força da Cruz nos levem à Salvação...

Sinais da Palavra Quinta-feira Santa

Já não é mais a carne e o sangue dos cordeiros que o povo de Israel oferecia todos os anos, recordando a Páscoa Judaica, cumprindo o mandamento dado a Moisés e a Aarão. Já não é um sacrifício novo todos os anos, celebrado em memória dessa libertação do Egipto.
Mas, como lembra São Paulo, escrevendo à comunidade cristã de Corinto, é o que recebemos do Senhor Jesus que celebramos. E não apenas recordamos, mas celebramos verdadeiramente o que o Senhor realizou, «na noite em que ia ser entregue».
E, sempre que o fazemos, sempre que cumprimos o «fazei isto em memória de Mim», participamos também nós nessa entrega que Jesus faz de Si mesmo a todos os seus discípulos. E é o Seu Corpo e o Seu Sangue que agora recebemos, como memorial perene. E é o único e verdadeiro sacríficio, o da nova e eterna Aliança, do Cordeiro Pascal que celebramos. E, como nos lembra o Apóstolo, «todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha»...
E, porque Ele nos ama até ao fim, no decorrer dessa ceia memorável, deixou-nos o exemplo a seguir: o Mestre que se faz servo, que nos ensina a servir na humildade e na entrega total, de quem «lava os pés» aos seus irmãos, de quem ama como Ele nos ama...

Recebamos, também nós, esse Amor que se faz entrega no Seu Corpo e no Seu Sangue...

Sinais da Palavra A Domingo de Ramos

A obediência até à Cruz... São Paulo, na sua carta aos Filipenses, lembra que Jesus «aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz». Uma obediência voluntária, porque é conscientemente e de livre vontade que Ele se oferece, morrendo na cruz, para a todos salvar... Uma obediência que vem resgatar todas as nossas desobediências, todos os nossos pecados, para que sejamos algo imensamente maior: filhos de Deus salvos pelo próprio Filho que se entrega em nossas mãos...
São Mateus, no relato da Paixão que faz no seu evangelho, salienta como em Jesus se cumpre tudo o que anteriormente fora anunciado e predito, no Antigo Testamento. E na Cruz, surge uma Nova Aliança, que não precisa de ser renovada nem se pode desfazer, e um novo povo, ao qual todos são chamados mediante a fé e a aceitação de Jesus como o verdadeiro Filho de Deus, como dirão o centurião e os soldados romanos.
E a multidão, que O acompanhava triunfalmente na entrada messiânica em Jerusalém, respondendo: «É Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia», e O abandona no sofrimento e desconcerto da Cruz, é convidada a fazer esta caminhada de quem acredita no Filho de Deus que morre para nos salvar...

Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sinais da Palavra A Quaresma 5

Quando todos tomamos a morte como certa e a vamos sentindo mais próxima a cada dia, ao passar do tempo, só a nossa esperança na ressurreição e na vida sem fim nos pode confortar e encorajar...
Mas, a nossa esperança não é infundada, nem pode ser esquecida, em especial nos momentos em que somos confrontados com a morte dos que nos são mais próximos. E como nos confortam as lágrimas humanas de um Jesus emocionado com a morte do seu amigo Lázaro, com o sofrimento das suas irmãs Marta e Maria, que lhe repetem: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido»...
Mas, como devemos procurar o conforto das suas palavras, a certeza de vida que delas também nós poderemos retirar: «Eu sou a ressurreição e a vida”. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido viverá: e todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá.»
Porque, como lembrava o apóstolo Paulo, «Ele também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós». Esse mesmo espírito que Deus nos prometera na profecia de Ezequiel, ao dizer: «Infundirei em vós o meu espírito e revivereis».
Portanto, é para a Vida que caminhamos, não para a morte. Porque é Jesus, o Senhor da Vida, que, como a Lázaro, nos chama para a vida eterna e nos convida a viver nessa imensa esperança...

Com Cristo, caminhemos rumo à Páscoa...

Um desafio que nos deixa a palavra, esta semana: Reaprender a esperança e tomar atitudes de vida, não de morte. Refazer algo na nossa vida e lutar por aquilo em que acreditamos.