Inquietos, sempre a correr de um lado para o outro, sempre preocupados com tantas coisas...
Como se o peso do próprio mundo estivesse sobre os nossos ombros... E o nosso valor se medisse pelo muito que vamos tendo, pelas coisas passageiras a que damos tanta importância, a que nos apraz chamar «nossas», quando nunca as possuímos verdadeiramente e tão rápido desaparecem...
E assim, tão ocupados e preocupados, esquecemo-nos tanto do que realmente importa... E mesmo assim, mesmo perante uma imagem que hoje é cada vez mais frequente de mães que «esquecem» os seus filhos, a promessa do Senhor, anunciada por Isaías, mantém-se: «Eu não te esquecerei»!
E, na pressa do servirmo-nos a nós próprios, na ânsia do ter sempre mais e melhor, esquecemos Aquele que nos ensina a servir, que nos veio ensinar a ser, à sua imagem, que nos dá tanto, mesmo quando nós não o notamos ou agradecemos sequer...
E é o próprio Jesus, que nos ensina a ter esta mesma atitude de desprendimento e abandono, quando nos diz, no evangelho: «procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo»...
E, se a nossa vida tem um valor incalculável, algo a que nunca poderíamos colocar um preço, lembremos que também ela não nos pertence verdadeiramente e que um dia a entregaremos a Quem no-la deu inicialmente...
Somos, por isso, como lembra São Paulo, «administradores dos mistérios de Deus», a quem se pede «que sejam fiéis»...
Que o Senhor a todos abençoe...
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Sinais da Palavra A Tempo Comum 7
Como é difícil e exigente o desafio que o Senhor nos deixa. Como ele nos desinstala da nossa forma cómoda de ver o mundo, de pensar as nossas relações com os outros, apenas com aqueles de quem gostamos, de nos julgarmos o «centro» do nosso próprio mundo...
«Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo», diz o livro do Levítico. E dá pistas concretas para essa santidade: «Não odiarás...não te vingarás, nem guardarás rancor... amarás o teu próximo como a ti mesmo.»
E o Senhor, no evangelho, levanta de tal modo a fasquia que para muitos cristãos as suas palavras continuam hoje a parecer impossíveis: o dar a outra face a quem bate, o dar o manto a quem nos quer tirar a túnica, o dar e emprestar sempre...
E ficamos presos a essa suposta «impossibilidade» e com ela nos desculpamos... E ouvimos e pensamos num perdão que é incapaz de esquecer e está sempre muito pronto para a vingança na primeira oportunidade que lhe surgir. E até nos aspectos mais sociais, damos na medida apenas do que recebemos...
E Jesus lembra que a perfeição, aquela que recebemos de Deus pelo Baptismo, vai além do dar a quem também nos dá, do amar apenas aqueles que nos amam, ou aqueles que nos é conveniente amar, do saudar apenas os irmãos e amigos...
Esta é a sabedoria de um mundo, onde cada vez mais, é cada um por si. Mas, São Paulo lembra que a sabedoria do mundo não é a nossa, a dos cristãos, a dos que querem imitar Jesus Cristo nessa nova e desmedida forma de amar. E diz-nos. «Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus».
Que o Senhor a todos abençoe...
«Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo», diz o livro do Levítico. E dá pistas concretas para essa santidade: «Não odiarás...não te vingarás, nem guardarás rancor... amarás o teu próximo como a ti mesmo.»
E o Senhor, no evangelho, levanta de tal modo a fasquia que para muitos cristãos as suas palavras continuam hoje a parecer impossíveis: o dar a outra face a quem bate, o dar o manto a quem nos quer tirar a túnica, o dar e emprestar sempre...
E ficamos presos a essa suposta «impossibilidade» e com ela nos desculpamos... E ouvimos e pensamos num perdão que é incapaz de esquecer e está sempre muito pronto para a vingança na primeira oportunidade que lhe surgir. E até nos aspectos mais sociais, damos na medida apenas do que recebemos...
E Jesus lembra que a perfeição, aquela que recebemos de Deus pelo Baptismo, vai além do dar a quem também nos dá, do amar apenas aqueles que nos amam, ou aqueles que nos é conveniente amar, do saudar apenas os irmãos e amigos...
Esta é a sabedoria de um mundo, onde cada vez mais, é cada um por si. Mas, São Paulo lembra que a sabedoria do mundo não é a nossa, a dos cristãos, a dos que querem imitar Jesus Cristo nessa nova e desmedida forma de amar. E diz-nos. «Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus».
Que o Senhor a todos abençoe...
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Sinais da Palavra A Tempo Comum 6
A nossa educação, a forma como vamos vivendo hoje, não é apenas resultado do que aprendemos outrora, do que nos disseram os nossos pais e os nossos avós aquando da nossa infância. Mas é também fruto do que nós próprios fomos descobrindo, das experiências e suas conclusões, de um avançar que é sempre preciso.
Jesus dizia no evangelho: «Ouvistes que foi dito aos antigos... eu porém digo-vos...» e fazia-nos sentir que não basta o não matar, mas é preciso também não ofender o irmão, a quem devemos perdoar as ofensas que nos faz (não apenas as que nós lhe fazemos); e convidava-nos a descobrir que não basta o não cometer adultério, mas é preciso olhar os outros com pureza e sem más intenções; a pensar que não basta não faltar ao juramento, mas que é melhor não jurar de todo e ter uma linguagem e postura de verdade...
E como nos impressiona aquela imagem que Ele nos propõe de deixarmos a oferta a Deus diante do altar para nos irmos reconciliar com o irmão que tem alguma coisa contra nós...
É todo este caminho de evolução no amor, na forma de viver com os irmãos e com Deus, que o Espírito Santo nos vai revelando, como lembrava São Paulo. Um caminho não intelectual, não apenas de sabedoria, mas real, que se faz vida concreta...
Até porque isso só depende da nossa vontade, como dizia o livro de Ben-Sirá: «ser fiel depende da tua vontade». Cabe-nos a nós, em cada dia, estender a mão para o fogo ou para a água, ou, de outra forma, para o bem ou para o mal...
Que o Senhor a todos abençoe...
Jesus dizia no evangelho: «Ouvistes que foi dito aos antigos... eu porém digo-vos...» e fazia-nos sentir que não basta o não matar, mas é preciso também não ofender o irmão, a quem devemos perdoar as ofensas que nos faz (não apenas as que nós lhe fazemos); e convidava-nos a descobrir que não basta o não cometer adultério, mas é preciso olhar os outros com pureza e sem más intenções; a pensar que não basta não faltar ao juramento, mas que é melhor não jurar de todo e ter uma linguagem e postura de verdade...
E como nos impressiona aquela imagem que Ele nos propõe de deixarmos a oferta a Deus diante do altar para nos irmos reconciliar com o irmão que tem alguma coisa contra nós...
É todo este caminho de evolução no amor, na forma de viver com os irmãos e com Deus, que o Espírito Santo nos vai revelando, como lembrava São Paulo. Um caminho não intelectual, não apenas de sabedoria, mas real, que se faz vida concreta...
Até porque isso só depende da nossa vontade, como dizia o livro de Ben-Sirá: «ser fiel depende da tua vontade». Cabe-nos a nós, em cada dia, estender a mão para o fogo ou para a água, ou, de outra forma, para o bem ou para o mal...
Que o Senhor a todos abençoe...
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Sinais da Palavra A Tempo Comum 5
Afinal, somos convidados pelo Senhor a ser sal e a ser luz...
Mas, como ser sal, se vivemos a nossa vida na rotina do dia-a-dia, sem qualquer sabor para nós e para os outros, deixando-nos levar pelas correntes, sem escolhas, sem caminhos certos, sem um rumo?
Salgar a nossa vida, ou melhor, ser sal é espalhar a nossa volta o bom sabor de quem vive em Cristo e se deixa guiar por Ele, de quem testemunha esse imenso «sabor» que traz em si, partilhando-o...
E como ser luz, se não a deixamos brilhar em nós, se nos afastamos dela, se continuamos a preferir as certezas de trevas que não nos incomodam aparentemente, que nos deixam aquietados em falsas verdades e modos de vida incertos e sem compromissos, sem que a nada nos obriguem?
«Brilhe a vossa luz, diante dos homens, para que vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus», dizia o Senhor no evangelho. E Isaías dava-nos conselhos muito práticos para a pôr a brilhar: «reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante»...
Afinal, como lembrava São Paulo, não é necessária uma grande inteligência humana para compreender tudo isto, basta a vontade de quem o quer seguir, deixando-se guiar pelo Espírito de Amor...
Que o Senhor a todos abençoe...
Mas, como ser sal, se vivemos a nossa vida na rotina do dia-a-dia, sem qualquer sabor para nós e para os outros, deixando-nos levar pelas correntes, sem escolhas, sem caminhos certos, sem um rumo?
Salgar a nossa vida, ou melhor, ser sal é espalhar a nossa volta o bom sabor de quem vive em Cristo e se deixa guiar por Ele, de quem testemunha esse imenso «sabor» que traz em si, partilhando-o...
E como ser luz, se não a deixamos brilhar em nós, se nos afastamos dela, se continuamos a preferir as certezas de trevas que não nos incomodam aparentemente, que nos deixam aquietados em falsas verdades e modos de vida incertos e sem compromissos, sem que a nada nos obriguem?
«Brilhe a vossa luz, diante dos homens, para que vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus», dizia o Senhor no evangelho. E Isaías dava-nos conselhos muito práticos para a pôr a brilhar: «reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante»...
Afinal, como lembrava São Paulo, não é necessária uma grande inteligência humana para compreender tudo isto, basta a vontade de quem o quer seguir, deixando-se guiar pelo Espírito de Amor...
Que o Senhor a todos abençoe...
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