A história é intemporal: um homem rico, muito bem vestido, com todas as comodidades possíveis, que se banqueteia esplendidamente sem sequer pensar no homem pobre que jaz à entrada da sua casa.
Uma história que se repete continuamente, em qualquer parte do mundo, indiferente às mutações do mundo ou às tentativas organizadas de erradicar a pobreza. Porque hoje, como outrora, os que ouvem esta mesma história, fecham os ouvidos ao seu desfecho, a uma conclusão que fala de retribuição numa vida eterna que parece tão longe, tão inconsequente perante uma vida de luxos e de prazeres no imediato... Para quê pensar no depois e um depois eterno, quando o hoje já tem tanto para viver e aproveitar, numa riqueza que é pessoal e fechada?
Nem a certeza da ressurreição, dada em Jesus Cristo, faz o mundo pensar na eternidade. Esta continua a parecer uma promessa de tempos melhores feita apenas aos que nada mais têm para sonhar. E até esses, segundo o pensar do mundo de hoje, têm mais com que se preocupar, no imediato...
Vivemos um mundo em que parece não haver tempo nem para o passado, nem para pensar no futuro e onde apenas o bem-estar do presente parece importar...
Mas, já São Paulo lembrava ao seu amigo Timóteo que é preciso olhar e esperar a «aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo», guardando «o mandamento do Senhor».
Que seja para nós o seu conselho: «combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna»...
Que o Senhor a todos abençoe...
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Sinais da Palavra Tempo Comum 25
Espantamo-nos perante as crescentes injustiças sociais, perante um mundo em que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres são cada vez mais pobres, desprezados, mesmo «roubados» nos seus bens...
Mas, as injustiças sociais, o «faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas» de que fala o profeta Amós, que não são de hoje, encontram hoje novas formas de se expressar, ainda mais fortes na forma de enganar e de se aproveitar de quem, já por si, não se pode defender.
Como lembra o profeta, Deus não esquece «nenhuma das suas obras». Aliás, os crentes não só são convidados a denunciar estas injustiças, como são convidados a não participarem delas, a não as planearem e realizarem, a não se sentirem superiores face aos irmãos. Como escrevia um grande pensador dos nossos tempos: «um homem só tem o direito a olhar o outro de cima quando está a ajudá-lo a levantar-se»...
Por isso, Jesus não louva a desonestidade do administrador da sua parábola, mas sim o poder de decisão rápida, o não ficar parado, mas o agarrar uma decisão... mesmo que a sua decisão fosse também ela injusta...
E, como nos pergunta o evangelho: «se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso?»
Que o nosso coração não queira apenas servir ao «dinheiro», entenda-se aos «poderes deste mundo», nem deles se sirva para aumentar injustiças...
Que o Senhor a todos abençoe...
Mas, as injustiças sociais, o «faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas» de que fala o profeta Amós, que não são de hoje, encontram hoje novas formas de se expressar, ainda mais fortes na forma de enganar e de se aproveitar de quem, já por si, não se pode defender.
Como lembra o profeta, Deus não esquece «nenhuma das suas obras». Aliás, os crentes não só são convidados a denunciar estas injustiças, como são convidados a não participarem delas, a não as planearem e realizarem, a não se sentirem superiores face aos irmãos. Como escrevia um grande pensador dos nossos tempos: «um homem só tem o direito a olhar o outro de cima quando está a ajudá-lo a levantar-se»...
Por isso, Jesus não louva a desonestidade do administrador da sua parábola, mas sim o poder de decisão rápida, o não ficar parado, mas o agarrar uma decisão... mesmo que a sua decisão fosse também ela injusta...
E, como nos pergunta o evangelho: «se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso?»
Que o nosso coração não queira apenas servir ao «dinheiro», entenda-se aos «poderes deste mundo», nem deles se sirva para aumentar injustiças...
Que o Senhor a todos abençoe...
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Sinais da Palavra Tempo Comum 24
Somos um povo de «duras cervis», que com tanta facilidade se afasta do caminho traçado e procura acreditar mais em fantasias e imagens «de ouro» que vamos criando, do que no próprio Deus...
Hoje, não é um bezerro de metal fundido, mas tantas tecnologias e criações humanas em quem vamos depositando a nossa total confiança, sem necessitar de mais nada; até que essas esperanças falhem ou a tribulação seja maior; então voltamo-nos para Deus, a quem desconhecemos um pouco, porque nunca O procurámos ou quisemos conhecer.
Mas, mesmo assim, Deus procura-nos, acolhendo-nos apesar das nossas infidelidades: procura-nos como o homem que perde uma das cem ovelhas, colocando-nos aos ombros e anunciando a alegria do reencontro; procura-nos como a mulher que, com preocupação, procura em casa a dracma perdida, partilhando com os outros a alegria de a ter encontrado; espera-nos como o pai que ansioso, aguarda o regresso do filho a casa, mesmo depois de uma vida menos conseguida, acolhendo-o com um abraço e fazendo uma festa pelo filho ter voltado «à vida»...
Deus quer fazer a festa do perdão e do acolhimento, em cada Eucaristia, fazendo-nos sentir filhos amados e perdoados, à volta da mesma mesa onde, com alegria, todos podem participar, justos e pecadores.
Mas, nós somos filhos teimosos, tão preocupados em seguir os nossos caprichos e vontades, que não queremos reconhecer a bondade e o amor do Pai, que continua à nossa espera; tão fechados no nosso próprio mundo, que não queremos aceitar os irmãos perdoados e recusamos participar na festa da reconciliação...
E sem esse tomar consciência das nossas falhas, continuamos «mortos» no nosso pecado...
Que o Senhor a todos abençoe...
Hoje, não é um bezerro de metal fundido, mas tantas tecnologias e criações humanas em quem vamos depositando a nossa total confiança, sem necessitar de mais nada; até que essas esperanças falhem ou a tribulação seja maior; então voltamo-nos para Deus, a quem desconhecemos um pouco, porque nunca O procurámos ou quisemos conhecer.
Mas, mesmo assim, Deus procura-nos, acolhendo-nos apesar das nossas infidelidades: procura-nos como o homem que perde uma das cem ovelhas, colocando-nos aos ombros e anunciando a alegria do reencontro; procura-nos como a mulher que, com preocupação, procura em casa a dracma perdida, partilhando com os outros a alegria de a ter encontrado; espera-nos como o pai que ansioso, aguarda o regresso do filho a casa, mesmo depois de uma vida menos conseguida, acolhendo-o com um abraço e fazendo uma festa pelo filho ter voltado «à vida»...
Deus quer fazer a festa do perdão e do acolhimento, em cada Eucaristia, fazendo-nos sentir filhos amados e perdoados, à volta da mesma mesa onde, com alegria, todos podem participar, justos e pecadores.
Mas, nós somos filhos teimosos, tão preocupados em seguir os nossos caprichos e vontades, que não queremos reconhecer a bondade e o amor do Pai, que continua à nossa espera; tão fechados no nosso próprio mundo, que não queremos aceitar os irmãos perdoados e recusamos participar na festa da reconciliação...
E sem esse tomar consciência das nossas falhas, continuamos «mortos» no nosso pecado...
Que o Senhor a todos abençoe...
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