Afinal, onde colocamos o nosso coração? A que nos vamos prendendo ao longo da vida? Onde vamos guardando a nossa esperança?
Faz-nos pensar a frase tantas vezes ouvida: «até o que levamos é o que nos põem». Como ela vai de encontro ao que o Senhor Jesus diz no evangelho: «Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?»
Quantas inquietações, quantos problemas, quantas insónias, quantos aborrecimentos... para se alcançar um pouco mais nesta vida, que é tão incerta e passageira como o vento. Só para se amealhar um pouco mais, para se viver mais «desafogadamente», ou, simplesmente porque a sociedade de hoje nos ensinou a conjugar a tirania do ter e ter cada vez mais...
E afinal, tudo isso é tão passageiro, que nem lhe podemos chamar verdadeiramente nosso. Hoje tem-se, amanhã poderá já não ser assim... Aliás, quem nos garante que haverá mesmo um amanhã?
Diz-nos o livro da Sabedoria: «quem trabalhou... tem de deixar tudo a outro que nada fez». Sim, porque aqui deixamos tudo, excepto aquele outro tesouro que Jesus nos ensina a acumular, o tesouro do céu. Esse, não o levamos connosco, mas espera-nos como certeza de eternidade...
Que o Senhor a todos abençoe...
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Sinais da Palavra Tempo Comum 17
Como nos aborrecemos com facilidade perante os pedidos dos outros… Mesmo quando eles vêm daqueles que consideramos os nossos maiores amigos… Quando são os outros a pedir, e então se o fazem com insistência, olhamos com desconfiança esse pedido… Mas, não pensamos do mesmo modo quando somos nós a pedir…
Mas, é o próprio Jesus que nos diz no evangelho «pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta abrir-se-á.» Ensina-nos a não desistir quando o nosso pedido é legítimo e verdadeiro. Ainda que sejamos tão insistentes que pareçamos «chatos» como Abraão pedindo a Deus que não destrua as cidades de Sodoma e Gomorra».
Temos todos tanto a aprender nesta arte do saber pedir, do saber rezar… Mesmo quando dizemos «Pai nosso», será que sentimos que é ao Pai que nos ama, ao Pai que nos atende quando o invocamos, ao Pai que nos dá o Espírito Santo para que em nós reze, que nos dirigimos, a Quem entregamos os nossos sentidos pedidos? E tantas vezes rezamos o Pai Nosso, não com a insistência de quem se sabe escutado, de quem acredita no amor que retribui, mas com a distracção de quem reza, só porque está já habituado a fazê-lo…
Só que nós, na nossa forma habitual de ver as coisas, continuamos mais predispostos a receber do que a dar, a reclamar do que a saber pedir, a repetir do que a aprender a rezar…
Que o Senhor a todos abençoe.
Mas, é o próprio Jesus que nos diz no evangelho «pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta abrir-se-á.» Ensina-nos a não desistir quando o nosso pedido é legítimo e verdadeiro. Ainda que sejamos tão insistentes que pareçamos «chatos» como Abraão pedindo a Deus que não destrua as cidades de Sodoma e Gomorra».
Temos todos tanto a aprender nesta arte do saber pedir, do saber rezar… Mesmo quando dizemos «Pai nosso», será que sentimos que é ao Pai que nos ama, ao Pai que nos atende quando o invocamos, ao Pai que nos dá o Espírito Santo para que em nós reze, que nos dirigimos, a Quem entregamos os nossos sentidos pedidos? E tantas vezes rezamos o Pai Nosso, não com a insistência de quem se sabe escutado, de quem acredita no amor que retribui, mas com a distracção de quem reza, só porque está já habituado a fazê-lo…
Só que nós, na nossa forma habitual de ver as coisas, continuamos mais predispostos a receber do que a dar, a reclamar do que a saber pedir, a repetir do que a aprender a rezar…
Que o Senhor a todos abençoe.
Simbolos dos Dons do Espírito (a usar em ofertório, por exemplo)
1. Sabedoria (símbolo: Coração)
Vem, Espírito de Sabedoria!
Só Tu conheces o nosso coração, as inquietações e anseios que nele vão crescendo. Ensina-nos a viver a sabedoria que sempre procura a eternidade, a verdade a viver e a anunciar. Faz que o bater do nosso coração seja ao ritmo dessa mesma procura da Verdade...
2. Entendimento (símbolo: Bíblia)
Vem, Espírito de Entendimento!
Inunda-nos com a Palavra revelada, aquela mesma Palavra que recebemos um dia, numa das festas da Catequese, mas a que nem sempre demos a devida atenção ou soubemos escutar. Faz-nos compreender Deus que nos fala na Palavra de ontem, hoje e de sempre...
3. Conselho (símbolo: Lanterna)
Vem, Espírito de Conselho!
Ilumina os nossos passos de fé, por vezes incertos e cheios de timidez. Que a luz do Teu Conselho nos faça ver mais do que este mundo propõe, ver mais além e mais claro, ver que o nosso futuro é também contigo e com a comunidade, fazendo crescer esta Igreja que Tu iluminas e na qual também nós somos pedras importantes...
4. Fortaleza (símbolo: Escudo)
Vem, Espírito de Fortaleza!
Dá força ao nosso caminhar, à nossa forma jovem mas sincera de viver a fé, de caminharmos a cada dia contigo, mesmo no meio das adversidades e crises desta vida. Porque Tu és a força, a coragem que recebemos e nos ajuda, e nos protege...
5. Ciência (símbolo: Bússola ou Rosa dos Ventos)
Vem, Espírito de Ciência!
Mostra-nos o caminho a seguir, aquela voz interior que nos chama e que nem sempre sabemos escutar no meio do barulho dos nossos dias. Indica o rumo da esperança, para que nunca percamos o norte, mas em Ti, digamos um «sim» generoso à vocação a que nos chamas...
6. Piedade (símbolo: Atitude de entrega)
Vem, Espírito de Piedade!
Ensina-nos a amar a Deus, sem medos nem reservas, ao longo de toda a nossa vida. Que a nossa disponibilidade seja verdadeira, aprendendo a viver a alegria de quem se entrega, de quem se oferece ao Senhor da Vida, vivendo assim de forma plena...
7. Temor de Deus (símbolo: pequena flor)
Vem, Espírito de Temor de Deus!
Guia-nos ao respeito verdadeiro para com Deus e toda a sua Criação. Que saibamos ver o Amor de Deus para connosco até nas mais pequenas e simples coisas da vida, respondendo também com o nosso amor...
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Sinais da Palavra Tempo Comum 16
Receber, hospedar, acolher...
Quando cada vez mais as portas se fecham, quando a desconfiança cresce desmedidamente, quando olhamos os outros como estranhos, mesmo os que nos são mais próximos, o convite à hospitalidade parece cada vez mais não ter lugar.
E, embora a imagem dos portugueses como um povo que gosta de receber e acolher seja mesmo um marco histórico, até consagrado na hospitalidade como lema de algumas terras e regiões como cantado nos seus hinos, o certo é que hoje receber tem cada vez mais um significado do que ganhamos com um «disfarçado» acolhimento, ou seja, também o acolhimento se mede já na medida do que ganhamos com isso...
Quando acolheu os três viajantes, Abraão estava longe de pensar na promessa de um filho que lhe é feita no final da sua estadia. E, afinal, acolher é apenas manter o coração aberto aos outros, a esta capacidade de sentir-se próximo daqueles que, tal como nós, são apenas «viajantes» nesta vida...
Também Marta e Maria acolheram Jesus em sua casa... Mas Marta, demasiado preocupada e atarefada com «a arte de bem receber», segundo as normas sociais, não tem tempo ou disponibilidade para acolher o que de melhor Jesus lhe quer oferecer naquele momento: a Sua presença na própria vida, a Sua Palavra. Maria escolheu este acolhimento, sentada aos pés de Jesus, com tempo para escutar o que Jesus lhe diz. E como diz Jesus, essa «melhor parte, (...) não lhe será tirada.
Realmente, é uma questão de escolha. E tantas vezes, preferimos escolher a desculpa do «não ter tempo» do que saber acolher a Palavra, o próprio Deus que nos dá o tempo de vida, que dizemos «não ter»...
Que o Senhor a todos abençoe...
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Sinais da Palavra Tempo Comum 15
Quando algo está longe, sentimos saudade; quando está perto, habituamo-nos de tal forma à sua presença, que nem sempre lhe damos o devido valor...
Se tivéssemos de subir ao mais alto dos céus, ou atravessar os mares, ou nos fosse pedido o maior dos sacrifícios visíveis, talvez nem pensássemos duas vezes...
Mas, como o mandamento novo do Senhor, «amarás o próximo como a ti mesmo», está tão perto, «está na tua boca e no teu coração, para que o possas pôr em prática», como diz o livro do Deuteronómio, habituamo-nos a arranjar desculpas para não o viver, para o pensar tão difícil e impossível, para até perguntarmos como o doutor da lei a Jesus: «e quem é o meu próximo?»...
Somos capazes de participar, sensibilizados pelas imagens e informações que nos chegam pelos mais diversos meios, em campanhas de ajuda para com outros países ou mesmo para com outras regiões. E ainda bem que o vamos fazendo, não fechando totalmente o nosso coração no egoísmo...
Mas, quando se trata de ajudar quem está perto, aquele por quem passamos habitualmente, rapidamente arranjamos desculpas para não o fazer... E afinal, é preciso tão pouco para ser «bom samaritano»; basta ter compaixão...
Afinal, não custa amar quem está longe; basta recordar e sentir... Mas, amar quem está perto, quem nos é próximo, custa um pouco mais, já que nos pede gestos e atitudes concretas, de quem convive, de quem tantas vezes limpa e cuida feridas, de quem se habitua a ver o outro frágil e prostrado no chão, à espera de uma mão amiga que ajuda a levantar...
Que o Senhor a todos abençoe...
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