quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sinais da Palavra Advento I

Advento, um tempo que nos ensina a esperar, a olhar com esperança não apenas um futuro que desconhecemos, mas especialmente um presente que se faz missão de transformar, de semear Justiça, de anunciar o Amor, de construir a Paz...
Advento, um tempo que nos ensina a estar atentos, na atitude de quem espera sempre, vigilante e desperto, seguro do que espera, com a esperança de quem mantém o coração aberto...
Logo o profeta Isaías nos deixa o convite: «caminhemos à luz do Senhor».
São Paulo pede-nos por isso mesmo: «abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz». Dessas «armas» que são instrumentos de quem quer partilhar essa mesma luz do Senhor com um mundo que não pode perder a orientação, que não pode continuar adormecido, perdido no sono dos sem esperança, embalado por uma correria desenfreada em que se transformaram as vidas contemporâneas, entorpecido pela falta de tempo para parar e «levantar a cabeça», olhando vigilantes para o Senhor que vem, porque «a salvação está agora mais perto de nós».
E não deixemos que este tempo de preparação seja uma surpresa, nos venha surpreender como o «ladrão» que vem arrombar a «casa» da indiferença dos nossos dias. Estejamos atentos e preparados.
Afinal, como diz o Apóstolo, sabemos «em que tempo estamos»...

Que o Senhor a todos abençoe...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sinais da Palavra Cristo Rei

«Damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele... nos transferiu para o Reino do seu Filho»... dizia São Paulo aos Colossences.
E se, no final de mais um ano litúrgico a nossa atitude natural deve ser a de agradecimento, a de quem louva o Pai pelo amor de todas as pequenas coisas, olhamos para o expoente máximo desse amor, Jesus Cristo, Rei do Universo, Senhor do tempo e da história, por quem nos é dada a entrada nesse Reino que há-de vir, «reino eterno e universal, reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz», como lembra o prefácio deste domingo.
E cada ano, cada dia que passa, cada momento vivido é um passo mais nesta caminhada de quem, com alegria, se vai dirigindo para a casa do Senhor, para esse mesmo Reino, onde em Cristo, a eternidade será uma realidade, cumprindo a promessa feita na cruz ao ladrão arrependido: «hoje estarás comigo no Paraíso».
Mas, na nossa mentalidade muito humana, muito presa a este mundo, custa-nos olhar para um Rei que faz da Cruz o seu trono e do Amor que se dá na própria vida a maior autoridade. Olhar a Cruz e ver o sofrimento de Alguém que morre para salvar, dificulta a imagem de realeza, de Cristo Senhor da própria Vida Eterna, no momento em que perde a sua vida humana, para que todos nós nos salvemos.
Onde está o ouro, o esplendor, o brilho, a autoridade, o reconhecimento dessa mesma realeza? Não é um Rei como os da história, ou os que ainda hoje são notícia...
Mas, que melhor forma de reinar se não unir em si e para todo o sempre os que ama, os que conduz, aqueles por quem deu a vida, abrindo-lhes a porta do seu Reino de Eternidade?

Que o Senhor a todos abençoe...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sinais da Palavra Tempo Comum 33

"Há-de vir o dia do Senhor", lembrava o profeta Malaquias.
E nesta expectativa de um dia que virá, não sabemos quando nem como, se vão desenrolando os anos, se vão passando os dias de uma esperança cristã que não se pode desvanecer, que não se pode deixar adormecer.
Esperamos o dia em que "nascerá o sol da justiça, trazendo nos seus raios a salvação". E esse sol que nascerá é Jesus Cristo. É a Ele que aguardamos, é Ele que dá sentido pleno às nossas caminhadas, às nossas vidas que n'Ele se transformarão em Vida Eterna...
Mas, quantos não disseram e dizem já: "sou eu" e "o tempo está próximo", enganando a esperança de muitos. Quantos não foram já amedrontados por falsas profecias de um fim, ou vivem aterrados com medo de sinais e desgraças que impressionam. Quantos não apresentam ainda hoje falsas "salvações", caminhos de facilidades e de uma ideologia que aponta apenas para os prazeres deste mundo e que fica sem resposta perante o "absurdo" da morte. Quantas profecias ocas e sem sentido, que no entanto, encontram lugar num mundo que foi perdendo a sua verdadeira esperança e se deixa embalar por estórias fantasiosas em que então o "fim" não deixará mesmo "pedra sobre pedra" de uma humanidade descrente...
E, enquanto aguardamos o que realmente importa, Aquele Jesus Cristo que virá iluminar os nossos corações, aprendamos com o exemplo de São Paulo e dos Apóstolos, trabalhando "dia e noite, com esforço e fadiga", merecendo não apenas o pão que comemos, mas também um dia, das mãos do Amor de Deus, a Salvação em que acreditámos...

Que o Senhor a todos abençoe...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sinais da Palavra Tempo Comum 32

Pouco ou nada sabemos sobre a eternidade...
Falamos da vida eterna, acreditamos na ressurreição, mas imediatamente são tantas as dúvidas que nos invadem, as perguntas que nos assaltam, as questões que se levantam: como será? Reconheceremos os que nos são mais próximos nesta vida? E como acontecerá essa mesma ressurreição? O que implicará?...
Afinal, tanto complicamos o que só um coração simples e humilde quer aceitar. É Jesus quem lembra, numa passagem do Evangelho, que estas verdades não são para os sábios entenderem, mas são reveladas, são aceites pelos pequeninos, pelos que em vez de levantarem dúvidas, se alegram com a eternidade, com essa vida sem fim junto de um Deus que ama, na Sua glória.
«Do Céu recebi... do Céu espero recebê-los de novo». «...mas o Rei do Universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna». Com palavras como estas, os sete irmãos da história do Livro dos Macabeus, caminham para o martírio às mãos do rei da Síria, dando-nos um belo exemplo de fé numa vida sem fim, alcançada em Deus e na fidelidade à sua Aliança. E mostram, a uma sociedade temerosa como a nossa, que nem gosta de falar deste tema, que esconde todos os seus sinais, que afinal, não é a morte que devemos temer, quando esta é apenas uma passagem para a eternidade...
Às dúvidas levantadas pelos saduceus, Jesus responde com palavras que nós também hoje devemos aceitar: «na verdade, já não podem morrer... e porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus». «Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos». Se, em Deus viveremos para sempre, se n’Ele alcançaremos a vida sem fim, de que temos medo afinal?

Que o Senhor a todos abençoe...