terça-feira, 25 de junho de 2013
Sinais da Palavra C Tempo Comum 13
A tendência que habitualmente sentimos é a da habituação, a de vivermos hábitos.
Pensamos, por vezes: «isto é mau, mas podia estar pior»; e com isto vamos inventando desculpas para «deixar andar», para nos irmos aprisionando por dentro às situações. E esquecemos ou mal interpretamos a liberdade que nos é concedida, só porque é sempre mais fácil culpar os outros ou algo pela falta, ou melhor dito, pelo não uso que fazemos dessa liberdade, do que lutar por ela, libertando-a em nós. Contudo, São Paulo lembra o verdadeiro sentido desta liberdade, ao dizer: «não fazeis o que quereis».
E, viver a vida, é estar sempre pronto a partir, como diziam os antigos pensadores. Até porque a vida não está parada, estagnada nos nossos hábitos e vontades, mas implica sempre mudanças, deixar para trás tantas vezes família, comodidades ou até mesmo «os mortos», o que em nós vai mudando e a que vezes sem conta nos agarramos. E seguir Jesus é deixar tudo isto para trás… E anunciar o Reino de Deus é apresentar este mundo de mudança, de caminho a percorrer, tendo muitas vezes que «queimar o próprio arado», como fez o profeta Eliseu, porque agora o trabalho a realizar é outro e o «arado», outrora essencial ao trabalho, agora seria apenas mais um estorvo.
E como nos é difícil fazer esta distinção entre o que precisamos e o que nos vai «prendendo» e atrasando nesta vida. Como prometemos ao Senhor que O queremos seguir, mas rapidamente olhamos para trás, e logo surgem motivos para adiar por mais um tempo essa tomada de decisão, mesmo que eles nos pareçam os mais legítimos…
O convite é claro e simples: «Segue-Me!»… Assim, desta mesma forma, deveria ser a resposta…
Que o Senhor a todos abençoe...
terça-feira, 18 de junho de 2013
Sinais da Palavra C Tempo Comum 12
E se também a nós, Jesus perguntasse: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Certamente, muitas e diversas respostas surgiriam... Mesmo nós, daríamos respostas diferentes consoante o momento que vivemos, influenciadas pelo nosso estado de espírito e por tantas coisas que nos rodeiam... Certamente, iríamos procurar formular uma resposta mais cuidada, mais teológica, com base em algo que lemos ou que nos foi dito... Procuraríamos cuidar e pensar bem uma resposta que deveria ser espontânea...
Mas, a pergunta de Jesus apanha-nos de surpresa, como aos discípulos... E não espera grandes respostas bem formuladas, mas sim a resposta de uma certeza de vida, como a de Pedro. Uma resposta de profunda fé, daquele mesmo anseio, daquele mesmo desejo que expressa a frase repetida «a minha alma tem sede de vós, meu Deus».
E, nos momentos de sofrimento e de dor, em que nos voltamos ansiosos e até mesmo com dúvidas para um Deus que pensamos ausente, lembremos como o próprio Jesus anuncia aos discípulos que a salvação passa por esse mesmo sofrimento do Filho de Deus e do Homem, rejeitado e crucificado, mas ressuscitado e vivo, força para os que n’Ele crêem.
E o caminho para O seguir, para com Ele entrar na vida eterna, é o que o próprio Cristo nos apresenta: «renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me»...
Que o Senhor a todos abençoe...
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Sinais da Palavra C Tempo Comum 11
Quantas vezes também nós olhamos com desconfiança os outros que recebem perdão. Desconfiamos, porque como somos incapazes de perdoar, não gostamos que os outros recebam o perdão, que julgamos erradamente só existente para nós, só nosso...
A nós, ao olharmos as nossas vidas, tudo nos parece tão relativo, tão sem gravidade. Apenas nos outros está a maldade, as más intenções, os maus desejos. Em nós, o mal é tão pequeno, ao passo que nos outros ele cresce sempre até ser imperdoável...
A pergunta de Jesus deixa-nos a pensar: não pergunta qual dos dois foi mais perdoado, mas sim, «qual deles ficará mais seu amigo?». Porque do perdão nasce não o medo da condenação, não o terror do castigo, como poderia fazer supor a história de David, mas sim essa gratidão feita amizade, feita relação para com Aquele que perdoa, gratidão feita amor, pela nova oportunidade que nos é dada, esse «vai em paz» de Jesus àquela mulher e a cada um de nós...
E que bom seria se, com toda a verdade, não apenas das palavras, mas sim de toda uma forma de viver o dia-a-dia, também nós disséssemos como o Apóstolo Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.» Isso sim, é verdadeiramente ser cristão...
Que o Senhor a todos abençoe...
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Sinais da Palavra C Tempo Comum 10
Na ânsia de aproveitar ao máximo a vida, arriscando-a e vivendo-a em sucessivas doses máximas de adrenalina, o mundo de hoje parece esquecer o seu verdadeiro valor e a importância de uma vida que tem já em si a certeza e semente de uma eternidade…
Porque a vida humana se projecta já na nova vida, na ressurreição, na vida eterna… e é tudo isso que devemos esperar verdadeiramente…
E é esse ensinamento que devemos ler nos relatos muito parecidos do filho da viúva de Sarepta, a quem Elias entrega o filho de novo com vida, pela acção de Deus que o profeta implora, e do filho da viúva de Naim, a quem Jesus dá de novo a vida, entregando-o também à sua mãe.
Porque Jesus, o Senhor da vida, vem dar a vida, a nova vida, pela sua Ressurreição. Porque só Ele pode vencer a morte, de forma definitiva, dando à nossa caminhada neste mundo, muito mais que a incerteza da morte e a sua tremenda injustiça, mas a certeza de que n’Ele voltaremos a viver, na justificação da vida sem fim…
Porque no Domingo celebramos unidos em Igreja, «o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos», saibamos viver a esperança da nossa própria ressurreição, anunciando-a, como São Paulo, porque também a recebemos do próprio Deus.
Que o Senhor a todos abençoe...
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